"O Governo e a AICEP declaram estar disponíveis para atribuir ao projeto de investimento a desenvolver pela Volkswagen em Portugal o nível máximo de auxílio" permitido pelas regras europeias, que corresponde a "30 milhões de euros", avançou o ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, na cerimónia de assinatura da declaração conjunta de intenções entre o Grupo Volkswagen e o Governo com vista à produção em Portugal do novo veículo elétrico ID-EVERY1, nas instalações da Autoeuropa, em Palmela, distrito de Setúbal.
Segundo a empresa, este valor faz parte de um total de mais de 600 milhões de euros de investimento naquela unidade industrial até final de 2028, que já tinha sido anunciado. Uma boa parte deste montante destina-se à descarbonização dos processos, para reduzir o impacto de dióxido de carbono (CO2) em 90%, face a 2021.
Fazem também parte do 'bolo' de 600 milhões a produção do novo carro, a nova unidade de pintura e a nova prensa de grandes dimensões, cujo arranque de produção foi hoje dado pelo Presidente da Republica, Marcelo Rebelo de Sousa, numa visita à fábrica que precedeu a assinatura do acordo.
O ministro da Economia classificou este investimento da Autoeuropa de "estratégico", para "acelerar o potencial exportador da economia nacional", cujo aumento do peso no Produto Interno Bruto (PIB) o Governo considera essencial para o crescimento económico e para a convergência dos rendimentos dos portugueses com os do resto da Europa.
"Só o crescimento económico permite aumentar os rendimentos das pessoas e sustentar o Estado social", vincou Castro Almeida.
A Autoeuropa é a única empresa do ramo automóvel em Portugal que tem uma área de prensas, sendo que a mais próxima está a 1.200 km, em Barcelona.
A nova prensa XL, que entrou hoje em produção, substituindo a que era utilizada há 30 anos, correspondeu a um investimento total de 52,8 milhões de euros.
Em declarações aos jornalistas, o responsável pela área de prensas, Mak da Silva, que começou a trabalhar neste projeto em 2019, explicou que este novo equipamento, tecnologicamente mais avançado, permitiu transformar "pessoas que carregavam peças" em "operadores especializados" que manuseiam robots, através de formação para esta transição de funções que, segundo apontou, fez com o número de trabalhadores naquela linha se mantivesse igual.
Questionado pelos jornalistas, o diretor-geral e presidente do Conselho de gerência da Volkswagen Autoeuropa, Thomas Engel Gunther, disse ser ainda cedo para saber se a produção dos novos ID.EVERY1 e do novo T-ROC vai permitir aumentar o número de postos de trabalho.
"Espero que sim, depende de como se desenvolvem os mercados, não depende só de nós, acho que o foco é conseguir manter postos de trabalho", apontou.
A Volkswagen Autoeuropa foi responsável por 90,5% dos veículos ligeiros produzidos em Portugal, em 2024, um aumento de 7,2% face a 2023, e tinha no ano passado 4.842 trabalhadores.
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