Os Estados Unidos atacaram o Irão, no último domingo, envolvendo-se diretamente no conflito entre Teerão e Israel, e Pete Hegseth, secretário da Defesa norte-americano, ficou no centro das atenções, sendo responsável por explicar a operação, que resultou de meses de preparação. Mas quem é o homem que lidera o Pentágono?
Quando foi nomeado por Donald Trump, o ex-apresentador da Fox News enfrentou duras críticas e, apesar das graves objeções dos democratas e do desconforto entre republicanos sobre o seu comportamento e qualificações para liderar o Exército do país, a nomeação viria a ser aprovada pelo Senado.
Veterano do Iraque e do Afeganistão, Hegseth, de 45 anos, ficou conhecido por defender políticas radicais como a militarização da fronteira com o México e restrições a mulheres e pessoas transexuais no exército norte-americano.
O antigo apresentador televisivo enfrentou alegações de consumo excessivo de álcool, abuso sexual ou má gestão financeira de um grupo sem fins lucrativos, as quais Hegseth nega.
Em 2017, foi denunciado por uma mulher que alegou ter sido abusada sexualmente. O caso não foi a julgamento porque, segundo disseram os seus advogados ao The Washington Post, Hegseth pagou pelo silêncio da denunciante para proteger o seu emprego. Hegseth chegou a culpar a imprensa por fazer circular alegações de fontes anónimas que diz serem falsas e alegou ter sido vítima de uma "campanha de difamação".
Nas redes sociais, acumula milhares de seguidores e sempre foi muito popular entre os conservadores. Ingressou na política, pela primeira vez, em 2012, ao concorrer ao Senado pelo estado de Minnesota, mas não foi eleito. Anos depois, começou a aparecer frequentemente na Fox News e lançou vários livros sobre as forças militares.
Conhecido pelos seus comentários polémicos, foi em 2019 que Pete Hegseth surgiu nas notícias um pouco por todo o mundo, depois de afirmar, no programa 'Fox And Friends', que não lavava as mãos há "10 anos" porque "os germes não são uma coisa real".
Hegseth afirmou que os microrganismos infecciosos não existem porque não podem ser vistos a olho nu. "Germes não são algo real; eu não posso vê-los, então eles não são reais", disse. "Eu vacino-me a mim próprio", acrescentou ainda.
Face à polémica gerada pelos seus comentários, Hegseth, que estudou em Harvard e Princeton, disse que tinha exagerado e que os seus comentários era uma piada sobre quem leva as mãos com muita frequência.
Investigado por mensagens na app Signal
Pouco depois de assumir a liderança do Pentágono, Hegseth protagonizou uma das primeiras polémicas da administração Trump. Em causa esteve a troca de informações confidenciais num grupo do Signal, onde o secretário da Defesa dos EUA e outros falaram acerca dos ataques militares contra os Hutis - e incluíram um jornalista, que mais tarde denunciou a situação.
O uso do Signal por Hegseth está sob investigação pelo inspetor-geral interino do Departamento de Defesa, a pedido da liderança bipartidária do Comité de Serviços Armados do Senado.
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