Ataque dos EUA a instalações nucleares iranianas divide apoiantes de Trump

O ataque norte-americano a três instalações nucleares iranianas no fim de semana expôs divisões no Partido Republicano, entre apoiantes e críticos do Presidente Donald Trump, eleito com a promessa de não entrar em guerras.

Donald Trump

© REUTERS/Suzanne Plunkett/Pool

Lusa
23/06/2025 23:52 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

A maioria dos deputados conservadores não tomou posição em relação à decisão do Presidente de entrar no conflito Israel-Irão, mas alguns, como o congressista Thomas Massie, criticaram Trump por voltar a envolver Washington em conflitos estrangeiros.

 

"As gentes do MAGA (movimento de apoio a Trump) não votaram por outra guerra no Médio Oriente", disse Massie hoje numa rádio local.

Massie, que tem mantido consistentemente posições opostas a Trump, condenou a decisão de atacar as instalações sem a permissão do Congresso.

 "Foi o que foi feito no Iraque e no Afeganistão, a mesma coisa quando [Barack] Obama (ex-Presidente democrata) quis entrar na guerra na Síria. É preciso ir ao Congresso e obter autorização. Não se pode financiar a operação sem a autorização da Câmara dos Representantes", acrescentou.  

O legislador apresentou uma iniciativa no Congresso para vetar a participação de Washington no conflito, que, segundo ele, conta com o apoio de "quatro republicanos" e afirma que não há mais porque "têm medo de Trump".

Depois de o legislador do Kentucky ter também comentado que os planos de Trump no Irão não incluem colocar "a América em primeiro lugar", como tinha prometido na campanha, o Presidente lançou uma campanha para o expulsar da Câmara dos Representantes.

"Tirem este 'preguiçoso' do cargo!", publicou Trump na sua plataforma Truth Social, referindo-se ao congressista, que já se tinha oposto ao plano fiscal e orçamental promovido pela Casa Branca e que, depois de aprovado na Câmara, está agora a ser discutido no Senado.

"Massie é fraco, ineficaz e vota 'não' em praticamente tudo o que tem pela frente", acrescentou Trump.

Também a republicana Marjorie Taylor Greene, normalmente uma das mais acérrimas defensoras de Trump, atacou o Presidente por ir contra o que tinha prometido durante a campanha.

"Seis meses depois, já estamos a quebrar promessas de campanha. E estamos a colocar bombas no Irão em nome de Israel", disse num podcast.

Numa longa mensagem no X, a parlamentar demarcou-se do Presidente: "Trump não é um rei, o MAGA não é uma seita, e eu posso e TENHO a minha própria opinião".

A republicana da Geórgia insistiu que gastou "milhões de dólares do seu próprio bolso" para defender ideias que Trump está agora a violar.

"Parece um completo isco para agradar aos neoconservadores, belicistas, negociadores de contratos do complexo militar-industrial e personalidades neoconservadoras da TV que odeiam o MAGA e que NUNCA foram TRUMPISTAS!", acrescentou.

No entanto, Trump conta com o apoio dos dois republicanos de mais alto nível no Congresso: o presidente da Câmara, Mike Johnson, e o líder da maioria no Senado, John Thune.

Outros membros do Congresso foram mais longe e apoiaram-no quando este sugeriu que deveria haver uma mudança de regime no Irão.

"Como sempre, o Presidente Trump tem toda a razão no seu desejo de Tornar o Irão Grande Novamente, mudando o regime, seja através do seu comportamento ou com uma nova liderança", comentou o senador Lindsey Graham.  

A guerra entre Israel e o Irão foi desencadeada em meados de junho por bombardeamentos israelitas contra território iraniano, levando à retaliação de Teerão.

O conflito, que já fez centenas de mortos e feridos de ambos os lados, assumiu uma nova dimensão com os bombardeamentos pelos Estados Unidos de várias instalações nucleares iranianas, incluindo o complexo de Fordo.

Fordo, que tem com capacidade de enriquecimento de urânio a 60%, segundo os especialistas, fica localizado a cerca 100 quilómetros a sul de Teerão, cuja área metropolitana tem uma população de 14 milhões de pessoas.

O Irão retaliou o ataque norte-americano atacando a base de Al-Udeid, no Qatar, uma das principais instalações militares norte-americanas no Médio Oriente.

Leia Também: AO MINUTO: Trump anuncia cessar-fogo entre Israel e Irão; "Muito fraco"

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