Donald Trump ainda não tinha sido reeleito presidente dos Estados Unidos quando deixou ao mundo promessas de que acabaria com a guerra na Ucrânia em 24 horas. Apesar de Moscovo ter 'cortado' a ideia rapidamente, não a arrancou pela raiz - e, agora, mais do que ter voltado, essa mesma ideia parece estar em todas as frentes de batalha do chefe de Estado norte-americano.
É que numa altura em que o Médio Oriente se vê envolvido em várias disputas e a guerra no Leste Europeu continua, a paz parece agora ser uma prioridade para o presidente - depois de ter sido 'semeada'.
Possível nomeação vs. 'gatilho' para a paz
No sábado, o governo paquistanês anunciou que ia propor Donald Trump para Nobel da Paz. O executivo tem agora a intenção de nomear formalmente o presidente dos EUA para a distinção pela intervenção na crise com a Índia.
"Num momento de intensa turbulência regional, o presidente Trump demonstrou uma grande visão estratégica e uma excecional habilidade política mediante uma sólida interação diplomática com Islamabade e Nova Deli, que reduziu a escalada de uma situação que se deteriorava rapidamente, alcançando finalmente um cessar fogo", lia-se no texto do anúncio, que foi conhecido pouco tempo depois de o chefe do Exército do Paquistão, Asim Munir, e Trump se reunirem em Washington.
Trump não deixou este anúncio passar ao lado e na Truth Social, acabou por abordar o assunto, escrevendo: "Não receberei um Prémio Nobel da Paz por conter a guerra entre a Índia e o Paquistão (...). Não o receberei, mesmo que o faça, mas as pessoas sabem e isso é tudo o que me importa."
Trump abre "caminho para a paz" entre "desorientação"?
Trump já abandonou os Países Baixos, onde se realiza a cimeira da NATO, mas foi lá que voltou a deixar promessas de paz. Em Haia, disse que "abriu caminho para a paz" com os bombardeamentos às instalações nucleares iranianas e estimou que o investimento dos países da NATO em defesa vai "ser feito rapidamente".´
"Não há outras Forças Armadas que o pudessem fazer, isto abriu caminho para a paz com um acordo para um cessar-fogo histórico. Foi a guerra dos doze dias, pareceu-me ser o nome apropriado", disse Donald Trump, rejeitando a ideia de que Telavive e Teerão "voltem a atacar-se" depois dos bombardeamentos às instalações de enriquecimento de urânio iranianas, no último fim de semana.
Mas Trump também falou de um conflito bem mais antigo: Gaza. Segundo o chefe de Estado norte-americano, foram alcançados "grandes progressos" rumo a um cessar-fogo em Gaza entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, após mais de 20 meses de guerra devastadora.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, enfrenta uma pressão crescente da oposição, dos familiares dos reféns detidos em Gaza e até mesmo de membros da coligação no poder para pôr fim à guerra em Gaza, desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas contra Israel, a 7 de outubro de 2023.
Mas Trump 'saiu' do Médio Oriente e falou também do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, anunciado esta quarta-feira que vai conversar com o homólogo russo, Vladimir Putin, para discutir a paz na Ucrânia - e admitindo que está a ser mais complicado encontrar uma resolução para o conflito.
Em Haia, Trump criticou ainda Putin, que tem de acabar com a guerra "porque há pessoas a morrer". E na mesma altura, atirou. "Considero-o uma pessoa que está desorientada."
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