"Nem preciso ser presidente". Bolsonaro, apoiantes e apelos (em imagens)

Uma multidão invadiu, este domingo, a Avenida Paulista, em São Paulo, para manifestar o seu apoio ao antigo presidente do Brasil Jair Bolsonaro, que também marcou presença no local.

Bolsonaro é inelegível para o cargo por oito anos, desde 2023, após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas ainda no mês passado disse que seguiria com a sua candidatura até "ao último segundo" que conseguisse.

O TSE entendeu que Bolsonaro cometeu abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação para espalhar desinformação sobre o sistema eletrónico de votação, e atacar o Tribunal na tentativa de ter ganhos eleitorais.

Nas imagens acima, é possível ver as multidões, vestidas de verde e amarelo, com pinturas faciais, ou mesmo com cartazes a pedir "amnistia já", "eu sou patriota" ou "fora, Lula".

Há ainda um cartaz que apela à ajuda de Washington, nomeadamente ao presidente dos EUA e ao secretário de Estado: "Donald Trump e Marco Rubio, precisamos de ajuda."

"Liberdade já" também se lê.

Bolsonaro já discursou e promete mudar o Brasil

O antigo presidente já discursou para a multidão que se encontra no centro de São Paulo, tendo lamentado a derrota para Lula da Silva: "Em 2022 foi triste, arrastava milhões de pessoas pelo país. Um milhão de caçadores, atiradores e colecionadores connosco, agro connosco, quem produzia connosco, os mais humildes do nordeste mandamos água para lá. Nós fizemos o possível, mas não esperava aquele resultado."

O antigo líder brasileiro considerou que fez uma "transição pacífica" na altura, mas, na altura, não foi esse o impacto que deixou - já que saiu do país rumo aos EUA dois dias antes de o seu mandato terminar, não passando a faixa a Lula da Silva, uma tradição que quebrou. Meses depois, Bolsonaro regressou ao Brasil, onde enfrentou vários casos judiciais.

"Resolvi sair do Brasil porque algo me fez sair do país, não era apenas para passar a faixa, porque jamais eu passaria a faixa para um ladrão", afirmou.

Este ano, Bolsonaro foi acusado dos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa, numa decisão onde também foram visados o tenente-coronel Mauro Cid e o ex-ministro Braga Netto.

No discurso feito este domingo, o antigo presidente fez um forte apelo a quem o ouvia: "Deem-me 50% da Câmara e do Senado que eu mudo o destino do Brasil, nem preciso de ser Presidente".

"Se me derem isso, não interessa onde esteja, aqui ou no além, quem assumir a liderança vai mandar mais do que o presidente. Com essa maioria elegemos nosso presidente do Congresso Nacional. Maioria das comissões de peso no Senado e Câmara. Nas sabatinas decidimos quem prosseguirá", adiantou, após sublinhar que quem liderar o Congresso brasileiro poderá ter o controlo do executivo, nomeadamente, com a escolha de pessoas para altos cargos públicos.

Veja as imagens da manifestação na galeria acima.

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