Defesa Civil registou hoje 69 mortos em operações militares israelitas

A Defesa Civil da Faixa de Gaza registou ao longo do dia de hoje 69 mortos em diferentes operações militares israelitas em todo o território palestiniano, devastado por quase 21 meses de guerra.

Faixa de Gaza, Palestina,

© Ahmad Hasaballah/Getty Images

Lusa
03/07/2025 16:02 ‧ há 7 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Segundo este organismo de socorro palestiniano controlado pelo grupo islamita Hamas, 69 pessoas "foram mortas por ataques aéreos israelitas em curso na Faixa de Gaza desde o amanhecer, das quais 38 aguardavam ajuda humanitária", precisou à agência noticiosa France-Presse (AFP) Mahmoud Bassal, porta-voz da Defesa Civil, que tinha anunciado anteriormente um balanço de 25 mortos.

 

As operações militares israelitas ocorreram numa altura em que decorrem discussões entre as partes para um cessar-fogo, conversações que dividem, contudo, o governo de Israel.

O exército israelita ampliou recentemente a sua ofensiva no pequeno território costeiro palestiniano, onde a guerra, desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento islâmico Hamas em solo israelita, a 07 de outubro de 2023, levou a grande maioria dos habitantes a deslocar-se.

Muitos deles encontraram refúgio em edifícios escolares atacados pelas forças israelitas, que afirmam ter como alvo combatentes do Hamas escondidos entre civis.

A Defesa Civil de Gaza disse à AFP que um ataque aéreo noturno à escola Moustafa Hafez, na cidade de Gaza (norte), que abriga deslocados, causou 15 mortes, incluindo "uma maioria de crianças e mulheres".

"Isto não é vida", lamentou Oumm Yassin Abou Awda, entre os palestinianos enlutados no hospital para onde os corpos foram levados. "Ou eles [os israelitas] lançam uma bomba atómica e acabamos com isto, ou a consciência das pessoas tem de finalmente despertar».

Contactado pela AFP, o exército israelita afirmou ter visado um "combatente de topo" do Hamas e ter tomado "muitas medidas para reduzir o risco de atingir civis".

Segundo Bassal, 38 pessoas também foram mortas por tiros israelitas enquanto esperavam por ajuda humanitária, o que o exército, solicitado, ainda não comentou.

O mecanismo de distribuição da ajuda é denunciado pela comunidade humanitária internacional desde que foi assumido, no final de maio, pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), uma organização apoiada pelos Estados Unidos e Israel com a qual a ONU se recusa a colaborar.

As Nações Unidas acusaram os militares israelitas de terem "bombardeado e disparado contra palestinianos que tentavam chegar aos pontos de distribuição, causando inúmeras mortes". O exército israelita reconheceu ter aberto fogo perto dos locais de distribuição de ajuda, mas afirma ter respondido a uma "ameaça".

A Amnistia Internacional (AI) criticou hoje o "sistema militarizado" em que "Israel continua a usar a fome dos civis como arma de guerra contra os palestinianos".

Devido às restrições impostas aos meios de comunicação por Israel, que mantém o cerco à Faixa de Gaza, e às dificuldades de acesso ao terreno, a AFP não está em condições de verificar de forma independente as afirmações das organizações que operam no território palestino.

Em Israel, a classe política continua dividida entre os defensores de um cessar-fogo, que permitiria a libertação de parte dos reféns ainda detidos em Gaza, e os defensores da continuação dos combates até que o Hamas seja aniquilado.

"Se não conseguirmos eliminar o Hamas, os nossos filhos sofrerão!", afirmou o ministro da Segurança Nacional israelita, Itamar Ben Gvir, numa entrevista ao canal 14.

Ben Gvir pretende, juntamente com Bezalel Smotrich, outro ministro de extrema-direita, pressionar o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para que rejeite a proposta norte-americanas de um cessar-fogo de 60 dias. A trégua seria acompanhada pela libertação de metade dos reféns ainda vivos, em troca de prisioneiros palestinianos.

Netanyahu deve viajar na próxima semana a Washington para um terceiro encontro em menos de seis meses com o presidente americano, Donald Trump, que pressiona por um fim das hostilidades.

Leia Também: Israel rejeita retirar-se da Faixa de Gaza em caso de cessar-fogo

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