Um homem morreu, na manhã de terça-feira, após ser atacado por um urso numa zona montanhosa da Roménia. Segundo a BBC, que cita as autoridades locais, o ataque ocorreu quando a vítima estava a fazer um passeio de moto.
A vítima moral foi identificada pela imprensa italiana como um cidadão italiano, de 48 anos, que estava de visita à Roménia.
Durante o passeio, o homem decidiu parar numa área turística na popular estrada Transfagarasan - a segunda maior estrada do país, que liga as regiões da Transilvânia e da Valáquia - e foi atacado por um urso, que o atirou por uma ravina íngreme.
As autoridades romenas adiantaram que a vítima sofreu uma queda de cerca de 80 metros e o óbito foi declarado no local.
"Infelizmente, ele já estava morto quando chegámos", disse Ion Sanduloiu, chefe do Serviço de Resgate de Montanha do Condado de Arges, à BBC. "Os ferimentos eram extremamente graves. Mesmo usando capacete e equipamento de proteção completo, não foi suficiente".
Segundo o responsável, o homem tinha estacionado a moto ao lado de uma placa que avisava para não alimentar os ursos. "O meu conselho é simples: não pare, não os alimente e mantenha distância", disse.
Sanduloiu defendeu ainda que são necessárias medidas dissuasivas mais fortes para evitar mais perdas de vidas. "A solução é simples, na minha opinião: multas mais altas e até penas de prisão para aqueles que param para alimentar os ursos", apontou.
O incidente está ainda a ser investigado e o urso não foi abatido.
Sublinhe-se que a Roménia abriga a maior população de ursos-pardos da União Europeia, com exceção da Rússia. O último balanço do Ministério do Ambiente dava conta de entre 10.400 e 12.800 animais desta espécie no país. No entanto, a Roménia baseia a monitorização científica da população de ursos na recolha de pistas deixadas no solo, como pegadas, método que não permite um censo exato.
À BBC, o ex-ministro do Ambiente da Roménia, Mircea Fechet, considerou que a população sustentável ideal seria de cerca de 4.000 ursos — aproximadamente um terço da estimativa atual.
Ao longo dos últimos anos, o número de incidentes com humanos e ursos aumentaram, registando-se vítimas mortais. Só nos últimos 20 anos morreram cerca de 30 pessoas.
No entanto, Gabriel Paun, fundador da Organização Não-Governamental (ONG) Agent Green, considerou que o leva às mortes é um problema de má gestão e não de superpopulação.
"As tragédias recorrentes na estrada Transfagarasan são o resultado de múltiplas falhas: turistas que param para interagir com animais selvagens, autoridades locais que não fazem o suficiente para levar os ursos de volta para a floresta e o governo nacional — particularmente o Ministério do Ambiente — que não implementa adequadamente o plano nacional de coexistência entre a vida selvagem e os seres humanos», denunciou.
O responsável considerou ainda que a população de ursos está ameaçada pelas "mudanças climáticas, destruição do habitat e perseguição humana" e lamentou que a Roménia se tenha tornado um "destino" para caçadores internacionais.
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