Daniel Chapo, que efetua hoje uma visita oficial a Portugal, falava no final de um encontro de mais de uma hora com o primeiro-ministro português, Luís Montenegro.
"Trocámos pontos de vista sobre assuntos de interesse comum e avaliámos, igualmente, o estágio atual da cooperação bilateral entre Portugal e Moçambique e concluímos que atravessamos um excelente momento da nossa cooperação, consubstanciado por, entre outros motivos, a implementação de projetos acordados no âmbito do Programa Estratégico de Cooperação 2022-2026", afirmou.
"Portanto, o contínuo apoio de Portugal na formação de quadros moçambicanos aqui em Portugal, na área da defesa e formação académica em geral, para nós é um sinal inequívoco dessa excelente cooperação entre os dois países", acrescentou.
Daniel Chapo iniciou a sua intervenção apresentando "sentidas condolências ao povo português e em especial aos amantes do futebol pela morte" do futebolista Diogo Jota, e do irmão André Silva, hoje num acidente rodoviário em Espanha.
O Presidente moçambicano salientou ser a primeira visita oficial que faz a Portugal desde a sua eleição, em outubro de 2024, e que o "objetivo principal é estreitar cada vez mais" as relações de amizade e cooperação.
Nesse sentido, convidou Luís Montenegro a efetuar uma visita oficial a Moçambique, cuja data vai ser definida pelos canais diplomáticos.
Daniel Chapo acrescentou ser uma "feliz coincidência" que também Luís Montenegro esteja a iniciar um novo mandato de governação, considerando que "urge capitalizar este facto que é bastante importante".
Daí que tenha destacado a "posição firme de Portugal de apoio a Moçambique no combate contra o terrorismo em Cabo Delgado, no acordo bilateral, na área de defesa e segurança, mas também por via da União Europeia, que apoia o Ruanda, que está no terreno, a lutar contra o terrorismo".
"É um sinal inequívoco das excelentes relações de amizade e cooperação que existem entre os nossos dois países", reiterou.
O Presidente moçambicano destacou ainda o apoio humanitário de Portugal às populações deslocadas na província de Cabo Delgado, norte do país, "vítimas do terrorismo e também das calamidades naturais".
"Como é de conhecimento de todos, Moçambique sofre ciclicamente de ciclones, cheias, inundações, que destroem bens públicos e privados, incluindo, portanto, as residências, as nossas populações, mas Portugal está sempre connosco", frisou.
Referindo-se à VI Cimeira luso-moçambicana, que se realiza em 08 e 09 de dezembro em Portugal, Daniel Chapo disse ser oportunidade para, "não só fazer o balanço do trabalho (...), mas também projetar o futuro com foco para a consolidação da cooperação, sobretudo na vertente económica".
"Sabem muito bem que Portugal é um parceiro estratégico do desenvolvimento de Moçambique, nós todos estamos focados na cooperação económica e comercial e queremos incrementar cada vez mais as relações económicas e comerciais entre os dois países e esta cimeira vai, sem mais dúvidas, consolidar esta vertente económica", vincou.
Daniel Chapo disse ter informado Luís Montenegro da situação política, económica e social em Moçambique, que salientou estar "estabilizada" depois da instabilidade marcada por "manifestações violentas, [que destruíram bens públicos e privados" e que está em curso, com os partidos da oposição, com os candidatos concorrentes, "um diálogo nacional inclusivo".
A concluir a sua intervenção, Daniel Chapo saudou a possibilidade evocada por Luís Montenegro da criação de linhas de crédito que considerou ser "um ganho importante para os (...) dois países, para os (...) empresários, setor privado, incluindo para [ambos os] povos".
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