Colômbia diz que EUA estão a retirar vistos a ex-guerrilheiros do M-19

A presidência da Colômbia confirmou nesta quinta-feira que os Estados Unidos iniciaram o processo de retirada de vistos de funcionários do Governo colombiano que integraram a guerrilha desmobilizada M-19, da qual fez parte o Presidente Gustavo Petro.

Colômbia

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Lusa
04/07/2025 06:55 ‧ há 6 horas por Lusa

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Diplomacia

"Sei que iniciaram um processo com algumas pessoas que fizeram parte do grupo M-19, que passou legalmente para a vida civil e fez parte da criação da Constituição Nacional da Colômbia (em 1991)", informou o chefe de gabinete da presidência da Colômbia, Alfredo Saade, numa entrevista à W Radio.

 

A decisão dos Estados Unidos acontece no contexto do aumento das tensões entre os dois países, no mesmo dia em que os representantes diplomáticos norte-americano em Bogotá e colombiano em Washington foram chamados às respetivas capitais.

Saade acrescentou que "a relação entre os Estados Unidos e a Colômbia deve ser construída com base no respeito".

O ministro do Interior, Armando Benedetti, disse na rede social X que "o procedimento de visto dos Estados Unidos não é sério" e informou que as autoridades norte-americanas "brincaram" com ele mesmo, porque o tiraram duas vezes.

"A primeira foi em novembro de 2017, por causa de uma disputa pública e famosa com [o antigo procurador-geral do país] Néstor Humberto Martínez, e ele gabou-se por toda a Bogotá que, por causa dele, mo tinham tirado. A segunda vez foi em junho de 2023, também por outra luta pública e famosa com o [ex-ministro dos Negócios Estrangeiros] Álvaro Leyva por 'uso indevido do passaporte' e também ele se gabou por toda a Bogotá que, por causa dele, mo tinham tirado", afirmou.

"Aproveito esta oportunidade para dizer que fui vítima de jogos de vistos. Espero que revejam os seus próprios procedimentos", acrescentou Benedetti.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, solicitou na quinta-feira consultas "urgentes" com o chefe da missão diplomática de Washington na Colômbia, John McNamara, na sequência de alegações "infundadas" do Presidente Gustavo Petro.

"O secretário de Estado Marco Rubio chamou John T. McNamara, encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA na Colômbia, a Washington para consultas urgentes após declarações infundadas e repreensíveis dos mais altos níveis do governo colombiano", informou o gabinete de Rubio numa breve declaração.

Em resposta, Petro pediu consultas com seu embaixador em Washington, Daniel García-Peña, para informá-lo sobre o desenvolvimento da agenda bilateral.

Durante toda esta semana, Petro referiu-se a uma alegada conspiração do antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Álvaro Leyva, revelada no domingo pelo jornal espanhol El País, e afirmou que os Estados Unidos deveriam investigar os contactos do seu ex-chefe da diplomacia com os círculos republicanos.

De acordo com o jornal, Leyva, um político conservador de 82 anos, nomeado para o primeiro governo de Petro e afastado posteriormente do cargo, reuniu-se há dois meses nos Estados Unidos com o congressista republicano Mario Diaz-Balart, numa tentativa de se aproximar de Marco Rubio e exercer "pressão internacional" contra Petro para colocar a vice-presidente Francia Marquez no cargo.

A vice-presidente já negou qualquer envolvimento na alegada trama golpista.

Leia Também: EUA e Colômbia chamam respetivos representantes em nova crise diplomática

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