"Preferimos fazê-lo por meios diplomáticos. Mas, enquanto isso não for possível, continuamos com a operação militar especial", disse o porta-voz do Kremlin (Presidência), Dmitri Peskov, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
Os presidentes russo, Vladimir Putin, e norte-americano, Donald Trump, falaram ao telefone na quinta-feira, mas sem qualquer avanço na questão da guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Peskov disse aos jornalistas que o Kremlin tomou nota das declarações de Trump sobre a falta de progressos na Ucrânia, após a conversa com Putin.
"Tomamos nota de todas as declarações do Presidente Trump", afirmou Peskov, citado pela agência de notícias espanhola EFE.
Trump disse na quinta-feira que estava infeliz por não terem sido feitos progressos nas conversações de paz na Ucrânia durante a conversa telefónica com Putin.
"Tivemos uma chamada. Foi bastante longa e falámos sobre muitas questões, incluindo o Irão. Também falámos sobre a guerra com a Ucrânia e não estou satisfeito com isso, não estou satisfeito com isso", disse Trump aos jornalistas.
Quando os jornalistas insistiram, Trump acrescentou: "Não, não fizemos qualquer progresso com eles".
O Kremlin anunciou na quinta-feira que Trump tinha pedido a Putin o fim das hostilidades na Ucrânia, mas o líder russo respondeu que não se desviaria dos seus objetivos.
Durante a campanha eleitoral, o então candidato republicano afirmou que acabaria com a guerra na Ucrânia em 24 horas quando fosse novamente Presidente dos Estados Unidos, cargo que exerce desde 20 de janeiro.
Peskov acrescentou hoje que Putin também disse a Trump que Moscovo espera chegar a acordo com Kyiv sobre a data da terceira ronda de negociações diretas entre as partes, depois das realizadas em Istambul (Turquia).
A conversa telefónica, que durou quase uma hora, ocorreu pouco depois de Washington ter decidido suspender algumas remessas de armas para a Ucrânia, na sequência de uma revisão das despesas militares dos Estados Unidos.
O anterior telefonema entre os dois líderes, que já tiveram pelo menos seis este ano, ocorreu em 14 de junho, coincidindo com o 79.º aniversário do Presidente dos Estados Unidos.
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, dando início a uma guerra sem fim à vista e que já causou dezenas de milhares de vítimas civis e militares de ambos os lados, segundo várias fontes.
Ao lançar a invasão, Putin disse que visava "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho.
Nas conversações já realizadas, a Rússia exige que a Ucrânia não adira à NATO e que reconheça a soberania russa nas regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, anexadas em 2022, e na Crimeia, que conquistou em 2014.
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