"Rússia está a intensificar o uso de armas químicas" na guerra na Ucrânia

O ministro da Defesa neerlandês, Ruben Brekelmans, confirmou que, de acordo com o serviço de inteligência daquele país, "a Rússia está a intensificar a utilização de armas químicas" na guerra na Ucrânia.

ministro da Defesa neerlandês, Ruben Brekelmans

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Notícias ao Minuto
04/07/2025 10:10 ‧ há 6 horas por Notícias ao Minuto

Mundo

Ucrânia/Rússia

A Rússia tem vindo a “intensificar” e “normalizar” a utilização de armas químicas proibidas na guerra na Ucrânia, entre elas um agente asfixiante lançado a partir de drones para expulsar soldados das trincheiras, para que possam ser abatidos, denunciaram os serviços de inteligência dos Países Baixos e da Alemanha, esta sexta-feira.

 

"Podemos confirmar que a Rússia está a intensificar a utilização de armas químicas. Esta intensificação é preocupante, porque faz parte de uma tendência que temos vindo a observar há vários anos, em que a utilização de armas químicas pela Rússia nesta guerra está a tornar-se mais normalizada, padronizada e generalizada", disse o ministro da Defesa neerlandês, Ruben Brekelmans, à agência Reuters.

O Serviço Federal de Inteligência da Alemanha corroborou as informações do organismo neerlandês, de acordo com os dados obtidos pelo mesmo meio.

O diretor da Agência de Informação Militar dos Países Baixos (MIVD), Peter Reesink, deu conta de que a Rússia tem vindo a aumentar as suas capacidades de investigação e o recrutamento de cientistas para o desenvolvimento de armas químicas, tornando-se “um procedimento operacional quase permanente”.

“Não se trata apenas de um trabalho ad-hoc na linha da frente; faz verdadeiramente parte de um programa em grande escala. E isso também é preocupante, porque se não esclarecermos e divulgarmos o que a Rússia está a fazer, é muito provável que estas tendências continuem", disse.

E complementou: “Associámos especificamente a utilização de cloropicrina a munições improvisadas, tais como lâmpadas cheias e garrafas vazias penduradas num drone. No que diz respeito ao gás lacrimogéneo, verificamos que também estão a utilizar indevidamente e a converter as munições existentes para servirem de veículo para o gás.”

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Lusa | 08:57 - 04/07/2025

Recorde-se, inclusive, que os Estados Unidos acusaram a Rússia de fazer uso de cloropicrina em maio do ano passado. Trata-se de uma arma química usada na Primeira Guerra Mundial e banida pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), que pode causar irritação grave na pele, nos olhos e no trato respiratório. Caso seja ingerida, pode provocar queimaduras na boca e no estômago, náuseas e vómitos, assim como dificuldade em respirar ou falta de ar.

Face a esta conjetura, Brekelmans apelou à aplicação de mais sanções contra a Rússia, além de “não permitir que a Rússia participe em organismos internacionais como o Conselho Executivo da OPAQ”.

O ministro disse ainda que pelo menos três mortes na Ucrânia deveram-se à utilização de armas químicas, ao passo que mais de 2.500 pessoas feridas no campo de batalha detalharam às autoridades sanitárias ucranianas terem sintomas associados a armas químicas.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, revelou, na quarta-feira, que o Serviço Federal de Segurança russo descobriu um esconderijo ucraniano que albergava engenhos explosivos contendo cloropicrina, acusações que Kyiv já negou.

Aliás, a OPAQ considerou, no ano passado, que as acusações feitas por ambos os países eram "insuficientemente fundamentadas".

As conclusões dos serviços de inteligência dos Países Baixos foram apresentadas numa carta dirigida ao Parlamento neerlandês, esta sexta-feira.

Leia Também: Zelensky condena ataque russo "deliberadamente massivo e cínico" a Kyiv

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