"Chegados ao local os malfeitores aperceberam-se da presença policial, tendo de imediato aberto fogo contra as nossas forças operativas e estas, em meio proporcional, retaliaram e essa retaliação viria a culminar com esses óbitos que acabamos de registar", disse Cláudio Ngulele, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), na província de Maputo.
Segundo o responsável, entre os quatro mortos na Matola, arredores de Maputo, está um alegado integrante de uma "quadrilha que se dedicava a raptos", foragido do estabelecimento Penitenciário Especial de Máxima Segurança de Maputo.
O porta-voz avançou ainda que foi apreendida, próximo ao local do tiroteio, uma pasta contendo armas de fogo, entre pistolas e metralhadoras AK47.
"Acreditamos nós que se trate de armas de fogo que tenham sido usadas por estes malfeitores que perpetravam ações criminosas aqui nesta parcela do país", referiu Cláudio Ngulele, acrescentando que decorrem investigações para a identificação dos mortos.
O Governo moçambicano assumiu hoje preocupação com a sequência de homicídios do último mês na Matola, incluindo os quatro mortos neste caso.
"É uma situação preocupante", disse o porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa, em Maputo, durante a conferência de imprensa semanal do executivo, questionado pelos jornalistas sobre estes casos.
"São elementos que nos preocupam, com certeza, e as entidades estão a fazer um trabalho para levantar dados relevantes sobre isto", acrescentou Impissa.
O porta-voz do Governo disse ainda que estavam no terreno "brigadas especializadas" para conduzir as investigações.
O caso ocorrido hoje é o terceiro violento do género que se regista na Matola em menos de um mês, tendo sido agentes da polícia moçambicana as vítimas nos dois primeiros casos.
A PRM confirmou na quarta-feira o homicídio de dois agentes, com 54 tiros, na manhã desse dia, e ferimentos por bala de uma mulher de 78 anos, também na Matola, arredores da capital moçambicana.
"De acordo com os dados preliminares, foram efetuados cerca de 54 disparos, que tiveram como consequência dois óbitos", avançou na altura, Cláudio Ngulele, referindo não haver pistas sobre os responsáveis pelo crime.
O caso aconteceu no bairro Infulene, em que "foram vítimas de baleamento" um inspetor principal da PRM e um agente de investigação operativa da brigada do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic), referiu o porta-voz.
O primeiro caso do género aconteceu também na Matola, na noite de 11 de junho, quando um agente da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) da PRM foi morto com cerca de 50 tiros, no bairro Nkobe, por três indivíduos até ao momento não identificados.
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