No início da semana, a política espanhola sofreu um abalo com a prisão preventiva do ex-número 3 do PSOE Santos Cerdán, num caso de suborno em troca de obras públicas e serviços de prostitutas.
"Solicitar, aceitar ou obter um ato sexual de uma pessoa em troca de remuneração" será punido com "a sanção máxima, ou seja, a expulsão do partido", anunciou o PSOE num comunicado divulgado hoje por ocasião da reunião em Madrid de um comité federal do partido.
O secretário-geral do partido e primeiro-ministro, Pedro Sánchez, explicou que se os socialistas defendem "que o corpo de uma mulher não está à venda, não pode haver lugar" no partido para "qualquer comportamento contrário".
A reunião do comité federal agendada para hoje começou com atraso devido à demissão de Francisco Salazar, um colaborador próximo de Pedro Sánchez que deveria integrar a nova direção do partido.
O 'site' de notícias 'online' eldiario.es relatou queixas de mulheres socialistas que o acusam de "comportamentos inadequados" de natureza sexual quando era seu superior.
Durante a reunião, o partido reorganizou a direção, substituindo Santos Cerdán por Rebeca Torró, advogada de 44 anos que ocupou vários cargos no governo regional de Valência e no governo central.
A investigação que levou à prisão de Santos Cerdán também envolve o ex-ministro socialista dos Transportes José Luis Abalos, sendo que estes dois homens foram figuras-chave na ascensão de Pedro Sánchez à liderança do PSOE e até à sua chegada ao poder em Espanha.
A credibilidade de Pedro Sánchez também já tinha sido afetada por investigações judiciais que visam a sua esposa, o seu irmão e o procurador-geral do país.
Questionado sobre a necessidade de se demitir, Pedro Sánchez defendeu hoje que "o capitão não recua perante as dificuldades, ele permanece para enfrentar a tempestade".
Após esta declaração, apresentou "treze medidas adicionais destinadas a prevenir, combater e punir a corrupção".
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