Num comunicado divulgado esta terça-feira pela secretaria de Imprensa da Presidência, os órgãos de apoio ao Presidente João Lourenço consideram as alegações falsas, rejeitando "veementemente" a existência de qualquer tentativa de suborno ou contacto mandatado nesse sentido, desafiando o dirigente da União Nacional para a independência Total de Angola (UNITA) a identificar publicamente os alegados emissores.
Caso contrário, poderão ser "acionados os competentes mecanismos constitucionais e legais de responsabilização civil e criminal".
"Não corresponde à verdade que o Presidente da República tenha mandatado qualquer cidadão para abordar o presidente da UNITA com vista à revisão da Constituição para se prever um terceiro mandato", sublinha-se no comunicado.
Na nota recorda-se ainda que a última revisão constitucional, em 2021, foi feita por iniciativa do executivo, numa altura em que o Movimento Popular d eLibertação de Angola (MPLA, partido do poder) dispunha de maioria qualificada e sem que essa questão tenha sido colocada.
No comunicado contesta-se também insinuações de que a eleição de Angola para a presidência rotativa da União Africana teria sido conseguida mediante pagamento. "Insinuar que o nosso país tenha pagado para assumir tão importante e dignificante posição no quadro da União Africana é, não só irresponsável, como anti-patriótico, porquanto mancha a imagem e o bom nome de Angola e descredibiliza a União Africana".
A presidência desafia Adalberto Costa Júnior a dizer "quem pagou, quanto pagou e a quem se pagou para que Angola assumisse a Presidência da União Africana", acrescentando que a escolha decorreu do sistema de rotatividade regional e foi aprovada por unanimidade pelos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) em agosto de 2023.
"Só um não patriota não se sente orgulhoso de ver o seu país ocupar um lugar de grande relevância, destaque e prestígio ao nível do nosso continente", criticam.
As declarações de Adalberto Costa Júnior foram feitas na segunda-feira, durante a III edição das conversas "Economia 100 Makas", onde o presidente da UNITA afirmou ter sido abordado por "emissários" que lhe propuseram uma revisão constitucional em troca de um terceiro mandato presidencial.
O político disse ainda que o regime tem recorrido a revisões legislativas e à legalização massiva de partidos como forma de manter o poder.
A Presidência recorda ainda no comunicado outras declarações de Adalberto Costa Júnior consideradas "irresponsáveis", nomeadamente a alegação de que existiria um túnel entre a Comissão Nacional Eleitoral e o Palácio Presidencial, convidando-o a "acompanhar a comunicação social para com ele percorrer o referido túnel".
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