Apesar de se ter recusado a testemunhar, Cintula não concordou com a mudança das acusações, que agora são de terrorismo e que antes eram de tentativa de homicídio premeditado.
Antes da abertura do julgamento, a defesa tentou, sem sucesso, chegar a um acordo extrajudicial, com uma pena de 12 anos, mas a acusação garantiu que essa possibilidade não existe para acusações desta gravidade.
Cintula, um reformado de 72 anos, é acusado de ter disparado cinco vezes contra Fico, que sofreu ferimentos graves no abdómen e na anca, com lesões no intestino grosso e nos tecidos moles da bexiga, de acordo com o relatório médico.
O ataque ocorreu a 15 de maio de 2024, quando Fico saiu de uma reunião do Conselho de Ministros na cidade de Handlová e estava prestes a saudar os cidadãos reunidos em frente à Casa da Cultura, incluindo o atacante.
Durante o julgamento, foram ouvidos os depoimentos gravados da vítima, dos jornalistas que registaram o acontecimento, de outras testemunhas e de peritos médicos e psicológicos.
Ao chegar ao tribunal, Cintula, um poeta e compositor eslovaco, entrou a gritar: "Viva a cultura livre, viva a democracia".
Se for considerado culpado, a pena pode ser de 25 anos a prisão perpétua.
Robert Fico é uma figura controversa na Eslováquia, país que governa depois de ter sido empossado em 2023 pela quarta vez, por ter feito uma campanha assente em ideais pró-russos e antiocidentais.
Os críticos de Fico consideraram que o primeiro-ministro tem afastado a Eslováquia do Ocidente e temem que esteja a seguir a mesma direção que o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.
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