Além disso, "82% de todos os casos estão em África", disse o subdiretor dos Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças, Yap Boum, numa conferência de imprensa online.
Dos 28 países atualmente com casos de infeção por cólera, 21 estão no continente africano, referiu ainda Boum, frisando que é por isso que a UA "apela à ação".
Até 10 de julho, África registou pouco mais de 191 mil casos em 2025, incluindo 3.969 mortes.
No entanto, alguns dos países mais afetados registaram uma redução do número de casos nas últimas quatro semanas, como o Sudão (36.570 casos e 765 mortes) e Angola (27.268 casos e 763 mortes).
Um quadro mais pessimista é apresentado pelo Sudão do Sul (62.982 casos e 1.096 mortes), que enfrenta "o pior surto de cólera da sua história e o surto mais mortífero do mundo até à data este ano".
O mesmo acontece na República Democrática do Congo (RDCongo), que registou 36.402 casos e 926 mortes, onde "se verifica atualmente o maior desafio", com um aumento de quase 30% das infeções e de quase 4% das mortes na última semana.
Uma das áreas mais afetadas pela doença na RDCongo é a capital, Kinshasa, que representa "a maior ameaça" devido às "inundações e ao fraco acesso à água", disse o subdiretor.
"Isto exige não só atenção, mas também ação", insistiu Boum.
A cólera é uma doença diarreica aguda causada pela ingestão de alimentos ou água contaminados com a bactéria 'Vibrio cholerae' e está associada principalmente a saneamento deficiente e acesso limitado a água potável.
Embora seja uma doença com cura, que afeta tanto crianças como adultos, pode ser mortal se não for tratada a tempo.
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