Quando ainda faltavam anunciar os resultados totais, a NHK apontou que o Partido Liberal Democrata (LDP, na sigla em inglês) e o parceiro de coligação Komeito só conseguiram 46 dos 50 lugares que tinham como meta para obter maioria na câmara alta, juntando-se aos 75 parlamentares que já tinham.
Estas eleições parlamentares eram um novo teste para Shigeru Ishiba, que governa em minoria depois de ter perdido o controlo da câmara baixa do parlamento, a Câmara dos Representantes, nas eleições gerais antecipadas de outubro de 2024.
O chefe de governo poderá ter pela frente um cenário político complexo, uma vez que todos os partidos da oposição excluíram a possibilidade de se juntarem a qualquer coligação com o Partido Liberal Democrata, segundo a análise da agência noticiosa espanhola EFE.
Quando foram divulgados os primeiros resultado, Ishiba recusou demitir-se apesar de reconhecer a "gravidade de uma situação que deve ser assumida com humildade e sinceridade".
Disse ainda que tenciona concluir o acordo comercial com os Estados Unidos nas próximas semanas, antes do prazo de 01 de agosto que foi estabelecido pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, a partir do qual serão cobradas tarifas adicionais ao Japão.
Ishiba, cujo partido conta tradicionalmente com o apoio de grupos agrícolas e eleitores rurais, prometeu não sacrificar o setor agrícola, apesar da pressão dos Estados Unidos para um maior acesso dos seus produtos agrícolas ao mercado nipónico.
Um total de 519 candidatos concorreu às eleições parlamentares, de acordo com a emissora pública NHK, para preencher os 125 lugares. Do total, 74 lugares serão determinados por círculo eleitoral e os restantes 50 por representação proporcional.
O descontentamento público com o aumento do custo de vida, que os aumentos salariais não conseguiram resolver, esteve no centro da campanha, com Ishiba a prometer distribuir 20 mil ienes (cerca de 120 euros) a cada residente.
A oposição tem pressionado o Governo a reduzir ou suspender temporariamente o imposto sobre o consumo (equivalente ao IVA em Portugal) e o preço do arroz, que duplicou nos últimos 12 meses, é uma das principais preocupações dos japoneses.
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