Na sexta-feira, Berlim expulsou 81 condenados afegãos, na segunda operação deste tipo desde o verão de 2024.
A Alemanha não reconhece os talibãs como o governo legítimo do Afeganistão, mas mantém "contactos técnicos" para este tipo de repatriamento, organizados com a mediação do Qatar.
O porta-voz do governo alemão, Stefan Kornelius, disse que "no decurso das discussões" com os talibãs, "foi acordado que dois representantes da administração afegã seriam integrados" nas missões diplomáticas do Afeganistão na Alemanha.
Uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros disse à agência de notícias France-Presse que os dois enviados tinham chegado à Alemanha durante o fim de semana.
"Estão atualmente a passar pelo procedimento habitual de registo antes de começarem a trabalhar", acrescentou.
De acordo com o diário alemão Frankfurter Allgemeine, os dois representantes vão trabalhar na embaixada afegã em Berlim e no consulado em Bona.
Os talibãs impuseram esta condição para aceitar o regresso dos 81 condenados pudessem, disse.
O jornal acrescentou que os nomes dos dois representantes já tinham sido enviados para Berlim. Estas duas pessoas já tinham trabalhado nos serviços consulares do anterior governo afegão, reconhecido internacionalmente, indicou.
Após o regresso dos talibãs ao poder em 2021, a Alemanha suspendeu as deportações para o Afeganistão e encerrou a embaixada.
Mas, em agosto de 2024, o governo do chanceler social-democrata Olaf Scholz retomou a medida e expulso 28 afegãos.
O conservador Friedrich Merz, que sucedeu a Scholz na liderança da Alemanha em maio, prometeu continuar as deportações como parte de um agravamento geral da política de migração do país.
Kornelius afirmou, em conferência de imprensa, que o Governo está a planear mais voos deste tipo.
"O governo está empenhado em deportar sistematicamente as pessoas condenadas por crimes e um único voo não será suficiente para atingir este objetivo", afirmou.
Leia Também: Irão e Europa têm nova reunião sobre programa nuclear na sexta-feira
