"Qualquer pessoa cúmplice na facilitação do tráfico de pessoas para o Reino Unido correrá o risco de ver os seus bens congelados e de ser-lhe imposta uma proibição de viagens", anunciou o secretário dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy.
A primeira vaga de sanções, a ser imposta esta quarta-feira, terá como alvo tanto os próprios gangues como os seus "facilitadores, financiadores e empresas envolvidas na venda de equipamento para pequenas embarcações", adiantou Lammy, em comunicado.
Estas sanções visam perturbar o fluxo de dinheiro e materiais, congelando contas bancárias, propriedades e outros bens.
Foram elaboradas para serem impostas a indivíduos "em qualquer parte do mundo", publicando os seus nomes e "tornando ilegal a interação do sistema financeiro britânico com os mesmos", adiantou o chefe da diplomacia do governo trabalhista (esquerda) liderado por Keir Starmer.
"Durante demasiado tempo, os gangues criminosos encheram os seus bolsos corruptos e aproveitaram as esperanças de pessoas vulneráveis impunemente, impulsionando a migração irregular para o Reino Unido. Não aceitaremos este 'status quo'", afirmou Lammy.
Os primeiros alvos são os líderes de gangues, os fornecedores de pequenos barcos utilizados para atravessar o Canal da Mancha, os traficantes de passaportes falsos e os intermediários que facilitam os pagamentos através de redes "hawala" --- um antigo sistema financeiro de transferências informais de dinheiro baseado na confiança e difícil de rastrear.
Estas sanções fazem parte da estratégia do Ministério dos Negócios Estrangeiros para "interromper, dissuadir e devolver" a migração ilegal e juntam-se ao acordo recentemente assinado com a França, segundo o qual, por cada migrante irregular devolvido, o Reino Unido aceitará outro com laços familiares no país.
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