OMS denuncia ataques a residência de funcionários e armazém em Gaza

A Organização Mundial de Saúde (OMS) denunciou hoje ataques à residência dos seus funcionários e ao seu principal armazém na cidade de Deir el-Balah, na Faixa de Gaza, alvo de operações militares israelitas.

World Health Organization Tedros Adhanom Ghebreyesus gives a statement on the coronavirus disease (COVID-19) vaccination on the second day of a European Union (EU) African Union (AU) summit at The European Council Building in Brussels on February 18, 2022

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Lusa
21/07/2025 23:59 ‧ há 5 horas por Lusa

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"A residência dos funcionários da OMS em Deir al Balah, em Gaza, foi atacada três vezes hoje, assim como o seu principal armazém", afirmou num comunicado divulgado o diretor-geral da agência da ONU, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

 

"Militares israelitas entraram nas instalações, obrigando mulheres e crianças a retirar a pé em direção a Al-Mawasi, no meio de um conflito ativo. Funcionários do sexo masculino e familiares foram algemados, despidos, interrogados no local e revistados sob a mira de armas", adiantou o responsável da OMS.

Ghebreyesus referiu ainda que foram detidos dois funcionários da OMS e dois familiares, tendo três posteriormente sido libertados e permanecendo um detido.

Assim que o acesso se tornou possível, 32 funcionários da OMS e familiares foram retirados para o escritório da agência.

"A OMS exige a libertação imediata dos funcionários detidos e a proteção de todos os seus funcionários. A mais recente ordem de evacuação em Deir al Balah afectou várias instalações da OMS, comprometendo a nossa capacidade de operar em Gaza e levando o sistema de saúde ainda mais ao colapso", frisa Ghebreyesus.

O principal armazém da OMS, localizado em Deir al Balah, está dentro da zona de evacuação e "foi danificado ontem (domingo) quando um ataque provocou explosões e um incêndio no seu interior", adianta o reponsável da OMS.

Ghebreyesus alerta ainda que o armazém principal da OMS está inoperacional e a maioria dos fornecimentos médicos em Gaza esgotados,pelo que a agência está "severamente limitada no apoio adequado aos hospitais, às equipas médicas de emergência e aos parceiros de saúde, que já sofrem com a escassez crítica de medicamentos, combustível e equipamento".

"A OMS apela urgentemente aos Estados-Membros para que ajudem a garantir um fluxo sustentado e regular de material médico para Gaza. Como agência líder em matéria de saúde, o compromisso das operações da OMS está a prejudicar toda a resposta de saúde em Gaza. Um cessar-fogo não é apenas necessário, é algo que já deveria ter sido alcançado".

A Proteção Civil da Faixa de Gaza e testemunhas relataram hoje disparos de artilharia contra Deir al-Balah, no centro do território palestiniano, um dia depois de um apelo israelita para a retirada da população da área.

O Exército israelita anunciou anteriormente que iria expandir as suas operações militares neste setor, incluindo "numa área onde nunca tinha operado antes" em mais de 21 meses de guerra contra o movimento islamita palestiniano Hamas, ordenando a retirada dos residentes.

De acordo com o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), entre 50.000 e 80.000 pessoas estavam na área.

O secretário-geral da ONU disse hoje "estar chocado" com as condições humanitárias na Faixa de Gaza.

António Guterres "condena veementemente a violência em curso, incluindo os disparos, as mortes e os ferimentos de pessoas que tentam arranjar alimentos para as famílias", acrescentou Stéphane Dujarric perante a imprensa, em Nova Iorque.

Pelo menos 93 palestinianos foram mortos pelas forças israelitas quando tentavam recolher ajuda humanitária, em vários pontos do enclave, de acordo com um novo balanço da Proteção Civil da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas.

O Programa Alimentar Mundial (PAM) declarou que um dos seus comboios de ajuda alimentar, composto por 25 camiões, tinha entrado na Faixa de Gaza e encontrado "enormes multidões de civis esfomeados sob fogo" na zona de Zikim.

O exército israelita admitiu ter disparado "tiros de aviso" e estar ciente das baixas, mas declarou, no domingo, que o número de mortos reportado não correspondia às informações de que dispunha.

A ONU e as organizações não-governamentais (ONG) ainda a operar no terreno têm alertado regularmente para o risco de fome na Faixa de Gaza, cercada por Israel depois de mais de 21 meses de conflito, desencadeado por um ataque contra território israelita do movimento islamita palestiniano Hamas a 07 de outubro de 2023.

Embora Israel tenha permitido novamente o acesso de camiões a 19 de maio, o acesso tem sido extremamente limitado e sujeito a um perigoso sistema de distribuição baseado em pontos de distribuição geridos pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF).

O norte de Gaza foi excluído deste sistema de distribuição, pelo que a população obtém ajuda atacando os camiões da ONU que passam pelas estradas do norte, contexto em que ocorreu o massacre de domingo.

Leia Também: Guterres chocado com condições humanitárias em Gaza

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