Na noite de quinta-feira, perto da aldeia de Mangor, "homens armados emboscaram as pessoas e atiraram sobre as mesmas de maneira indiscriminada", testemunhou Moses Maren, uma jovem residente à AFP, relatando que os atacantes "abriram fogo em veículos que voltavam do mercado da cidade de Bokkos".
A informação foi avançada esta manhã pelo secretário da Cruz Vermelha do estado, Nurudeen Hussaini Magaji, que esclareceu que "havia entre as vítimas homens, mulheres e crianças".
Em represália a esses ataques, "jovens enfurecidos invadiram uma aldeia fulani próxima ao local da emboscada" e mataram duas pessoas, declarou à AFP Shanono Usman, um comerciante.
Sale Adamu, habitante de Bokkos e figura local da comunidade peul, confirmou essas informações.
O Estado do Plateau enfrenta há muito tempo atos de violência, com um aumento recente, entre pastores muçulmanos e agricultores sedentários, principalmente cristãos, pelo controlo das terras e recursos.
As terras utilizadas por agricultores e pastores na região central da Nigéria, incluindo o Plateau, estão sujeitas às mudanças climáticas e à expansão humana, levando a uma competição cada vez mais intensa por um espaço cada vez mais reduzido.
A maioria dos agricultores é cristã, enquanto a maioria dos pastores são muçulmanos peuls. Os dois grupos são frequentemente alvo de represálias múltiplas.
A apropriação de terras, as tensões políticas e económicas entre os locais e as pessoas percebidas como estrangeiras, assim como a chegada de pregadores muçulmanos e cristãos radicais, agudizaram as divisões.
Por outro lado, a insegurança e a seca contribuem para a inflação nas feiras de mercado na Nigéria, com picos de mais de 430% registados no estado regional vizinho de Bauchi em relação ao arroz ou às cebolas, segundo a empresa de consultoria SBM Intelligence.
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