Quatro comissárias de bordo que seguiam no avião da Alaska Airlines que perdeu uma parte da fuselagem em pleno voo, em janeiro passado, processaram a Boeing por danos físicos e emocionais.
“Cada uma das quatro comissárias de bordo agiu corajosamente, seguindo a sua formação e colocando a segurança dos passageiros em primeiro lugar, enquanto temiam pelas suas vidas. Merecem ser totalmente indemnizadas por esta experiência traumática que alterou a sua vida”, argumentou a advogada das queixosas, Tracy Brammeier, citada pela agência Reuters.
As trabalhadoras, que pedem uma indemnização por danos económicos passados e futuros, em processos separados, disseram ter sofrido lesões físicas e mentais e angústia emocional, além de terem tido outros custos financeiros.
Os processos foram submetidos na terça-feira no Tribunal Superior do Condado de King, em Seattle, acusando a Boeing de negligência, ao não ter tido cuidado na produção, venda e reparação das aeronaves 737 MAX e das peças correspondentes.
"A Boeing sabia ou deveria saber dos problemas de controlo de qualidade presentes na sua produção da linha de aviões 737 MAX", lê-se.
Saliente-se que o incidente levou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos a abrir um inquérito contra a empresa, que acusou de não ter cumprido um acordo de ação penal diferido, de 2021.
Aliás, no mês passado, o Conselho Nacional de Segurança dos Transportes (NTSB) considerou que a Boeing não tinha fornecido formação, orientação e supervisão adequadas para evitar o incidente, e acusou a Administração Federal da Aviação (FAA) de supervisão ineficaz.
Recorde-se que o Boeing 737 Max 9 da Alaska Airlines estava a caminho da Califórnia quando, ao fim de 35 minutos de voo, teve de regressar a Portland, porque uma secção externa do avião, incluindo uma janela, caíram.
O piloto disse aos controladores de tráfego aéreo de Portland que o avião tinha tido uma emergência, estava despressurizado e precisava de regressar ao aeroporto, de acordo com uma gravação feita pelo site LiveATC.net, citada pela AP.
A companhia aérea informou que o avião aterrou em segurança com 174 passageiros e seis membros da tripulação. O buraco provocou a despressurização da cabina, mas a companhia não forneceu informações sobre se alguém ficou ferido ou sobre a possível causa do incidente.
Mais tarde, a Boeing alegou que os quatro parafusos necessários para manter aquela parte da aeronave fixa nunca foram instalados, devido à falta de documentação que indicava essa obrigação, segundo a CNN Internacional.
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