Emmanuel Macron endossa assim as conclusões de um relatório de historiadores que lhe foi entregue em janeiro e que "deixou claro que houve uma guerra nos Camarões, durante a qual as autoridades coloniais e o exército francês exerceram violência repressiva de várias formas".
O chefe de Estado francês considerou ainda que "a guerra continuou além de 1960, com o apoio de França às ações levadas a cabo pelas autoridades independentes camaronesas".
"Cabe-me hoje assumir o papel e a responsabilidade de França nestes acontecimentos", acrescenta Macron, nesta carta a Biya datada de 30 de julho, que marca uma viragem entre os dois países.
Macron anunciou em julho de 2022, nos Camarões, o lançamento dos trabalhos de uma comissão mista franco-camaronesa com o objetivo de esclarecer a luta de França contra os movimentos independentistas e de oposição nos Camarões entre 1945 e 1971.
O relatório desta comissão, presidida pela historiadora Karine Ramondy, insere-se na política de memória do Presidente francês em relação a África, na sequência de investigações semelhantes sobre o Ruanda e a Argélia.
Paul Biya, de 92 anos, anunciou no mês passado a decisão de concorrer a um oitavo mandato nas eleições presidenciais previstas para 12 de outubro. Por outro lado, o Conselho Constitucional rejeitou na semana passada a candidatura do seu principal opositor, Maurice Kamto.
Leia Também: Macron reforça proposta de "missão de estabilização" da ONU em Gaza