As autoridades locais atualizaram entretanto o balanço do naufrágio e confirmaram pelo menos 26 mortos.
"Foram recuperados cerca de 26 corpos, há 30 a 40 desaparecidos e 60 sobreviventes", segundo as equipas de resgate, citadas pela agência de notícias italiana Ansa.
O anterior balanço dava conta de 20 mortos.
O naufrágio de hoje envolveu duas embarcações: uma primeira começou a afundar e dezenas de passageiros que caíram à água tentaram então subir para a outra, que cedeu ao excesso de peso e naufragou igualmente.
Depois de o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) ter dado conta de 20 mortos confirmados e "entre 12 a 17 desaparecidos", um porta-voz da Cruz Vermelha italiana adiantou à agência noticiosa francesa AFP que o número de vítimas mortais ultrapassou essa marca, tendo as autoridades de Lampedusa precisado que os migrantes, que atravessavam o Mediterrâneo desde a Líbia, eram paquistaneses, sudaneses e somalis.
Foram resgatados e levados para a ilha de Lampedusa os 60 sobreviventes do duplo naufrágio.
As operações de socorro prosseguem no local do naufrágio, ocorrido a 14 milhas a sudoeste da ilha de Lampedusa, mas são descritas como "muito complexas" pelas equipas de salvamento.
Segundo o ACNUR, com o acidente de hoje, "registaram-se até à data 675" mortos e desaparecidos "desde o início do ano no Mediterrâneo central", considerada uma das rotas migratórias mais perigosas do mundo, sendo o duplo naufrágio de hoje uma das piores tragédias recentes a ter lugar ao largo de Lampedusa.
Lampedusa, uma pequena ilha de 20 quilómetros quadrados com cerca de seis mil habitantes, é o ponto mais a sul de Itália, tendo-se tornado um dos principais pontos de entrada na Europa de migrantes irregulares, na maioria subsaarianos, que atravessam o Mediterrâneo em embarcações precárias operadas por redes de traficantes desde a Líbia e Tunísia.
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