"A crise humanitária precisa de ser resolvida e não podemos continuar assim. Conhecemos a violência do terrorismo e respeitamos os muitos que morreram, bem como os reféns. Precisamos da sua libertação, mas também precisamos de pensar nos muitos que estão a morrer de fome", frisou Leão XIV, em declarações aos jornalistas à chegada a Castel Gandolfo, o tradicional retiro de verão dos papas.
O líder da Igreja Católica lembrou que o Vaticano "não pode parar as guerras", mas garantiu estar a trabalhar para promover o caminho do entendimento.
"Estamos a impulsionar o diálogo, a procurar soluções. Estes problemas não se resolvem com a guerra. Devemos procurar sempre a paz", insistiu.
A ofensiva israelita em Gaza começou depois dos ataques do Hamas, no poder no enclave desde 2007, em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e perto de 250 foram feitas reféns, das quais cerca de 50, incluindo 20 com vida, permanecem detidas.
Desde então, a operação militar israelita causou já mais de 61 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas, perante acusações de genocídio por vários países e organizações.
Leão XIV sublinhou ser necessário alcançar um acordo para pôr fim à violência e ao conflito na Ucrânia, a propósito da cimeira entre os Presidentes norte-americano e russo, Donald Trump e Vladimir Putin, respetivamente, que decorrerá na sexta-feira no Alasca.
"Espero sempre por um cessar-fogo, que a violência cesse e que cheguem a um acordo. Como é que a guerra pode continuar há tanto tempo? Qual é o objetivo?", afirmou, em resposta a uma pergunta da agência de notícias italiana ANSA.
Depois de ter passado 16 dias em julho na Villa Barberini, a cidade que é residência de verão dos papas, mas que Francisco nunca visitou, Leão XVI seguiu agora para Castel Gandolfo, para descansar e refugiar-se do calor extremo da capital italiana.
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