Chapo assinala "determinação" da SADC no combate ao terrorismo

O Presidente moçambicano assinalou hoje a "determinação e engajamento" dos países da SADC no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, referindo que o país continuará a prestar homenagem aos que sacrificaram a vida pela "irmandade".

XV Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP

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Lusa
17/08/2025 16:20 ‧ há 2 horas por Lusa

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Moçambique

"Apraz-nos reiterar a gratidão do povo moçambicano à vossa liderança, excelências, pela determinação e engajamento dos países irmãos da nossa região no combate ao terrorismo na província de Cabo Delgado", disse Daniel Chapo, durante a 45.ª Cimeira Ordinária de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

 

Em junho de 2024 foi concluída a saída dos militares da SAMIM, missão conjunta de oito países da África austral, que estava desde meados de 2021 em Cabo Delgado e apoiava as forças moçambicanas no combate ao terrorismo.

Também militares do Ruanda apoiam o país no combate aos insurgentes e continuam no terreno, junto da Tanzânia, país que faz fronteira com duas províncias do norte de Moçambique.

O chefe de Estado moçambicano, que participa pela primeira vez da cimeira da SADC, endereçou hoje "conforto" aos governos, povos e famílias dos "cidadãos de diferentes países" que morreram e foram feridos na "nobre missão" de combater os grupos insurgentes em Cabo Delgado.

"Moçambique continuará a prestar homenagem a esses filhos exemplares que sacrificaram a sua integridade e até as suas vidas em nome da solidariedade e do espírito de irmandade que norteiam a nossa organização", declarou o Presidente, acrescentando que a "erradicação da ameaça" representada pelo terrorismo constitui uma das prioridades do Governo moçambicano.

Daniel Chapo referiu ainda que está empenhado em reforçar a capacidade dos militares moçambicanos para uma abordagem "mais eficaz" do terrorismo, visando a defesa da "soberania e da integridade territorial".

"As Forças Armadas de Defesa de Moçambique continuam a revigorar as suas ações para estancar este fenómeno hediondo", concluiu o Presidente de Moçambique.

Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.

A nova onda de ataques, sobretudo no distrito de Chiúre, a partir da última semana de julho, provocou mais de 57.000 deslocados, segundo organizações no terreno.

De acordo com o mais recente relatório da Organização Internacional para as Migrações (OIM), com dados de 20 de julho a 03 de agosto, "a escalada de ataques e o crescente medo de violência" por parte de grupos armados não estatais nos distritos de Muidumbe, Ancuabe e Chiúre levaram ao deslocamento de 57.034 pessoas, num total de 13.343 famílias.

O ministro da Defesa Nacional admitiu no final de julho preocupação com a onda de novos ataques em Cabo Delgado, adiantando que as forças de defesa estão no terreno a perseguir os rebeldes armados.

"Como força de segurança não estamos satisfeitos com o estado atual, tendo em conta que os terroristas nos últimos dias tiveram acesso às zonas mais distantes do centro de gravidade que nós assinalámos", disse Cristóvão Chume aos jornalistas.

Pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos no norte de Moçambique em 2024, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo um estudo divulgado em fevereiro pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS).

A 45.ª cimeira da SADC decorre em Madagáscar, que assume a presidência rotativa da organização, antes presidida pelo Zimbabué, numa reunião que tem como tema "Promover a industrialização, a transformação agrícola e a transição energética para uma SADC resiliente".

A SADC, criada em 17 de agosto de 1992, é um bloco que tem como Estados-membros a África do Sul, Angola, Botsuana, Comores, Essuatíni, Lesoto, Madagáscar, Malaui, Maurícias, Moçambique, Namíbia, República Democrática do Congo, Seicheles, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué.

Leia Também: Líder da Frelimo diz que estabilizou Moçambique ao fim de seis meses

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