Em declarações à imprensa após visitar as áreas afetadas pelos incêndios florestais em Ourense, o governante destacou que as capacidades de combate aos fogos devem ser melhoradas devido ao agravamento dos efeitos da crise climática.
O líder do executivo, que estava acompanhado pelo presidente da Junta da Galiza, Alfonso Rueda, e pelo ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, observou que o pacto que propõe envolve todas as administrações públicas, mas também grupos parlamentares, empresas, sindicatos e toda a sociedade civil, pondo de lado "lutas partidárias e questões ideológicas".
Após a extinção das chamas e a reconstrução, sublinhou, será necessária uma reflexão profunda sobre uma estratégia que preveja uma resposta melhor e mais garantida.
Sánchez acrescentou que a Espanha é um Estado em que cada administração tem as suas próprias responsabilidades, às quais cada uma deve responder de forma coordenada, e comprometeu-se a ter as bases do pacto proposto prontas até setembro.
O objetivo, explicou, é dotar os funcionários públicos de todas as capacidades necessárias não só quando ocorrem incêndios, mas também antes, para poderem responder "muito mais eficazmente" e com maiores garantias do que atualmente.
O pacto está em linha com o que o seu Governo tem vindo a fazer nos últimos oito anos, com medidas, algumas legislativas, que têm permitido "uma resposta muito rápida" às situações vividas.
"De qualquer forma, também temos de olhar para as capacidades de outras comunidades autónomas e, claro, enquadrá-las num mecanismo europeu de Proteção Civil", indicou.
Sobre este mecanismo, agradeceu a países como Alemanha, França, Itália, Eslováquia e Holanda pela solidariedade no envio de equipamentos e brigadas para combater os incêndios em curso.
Conforme confirmado hoje por fontes do Ministério do Interior à Europa Press, o Mecanismo Europeu permanece ativo e está a gerir ofertas de diferentes países através de reuniões de coordenação com o Centro de Coordenação de Resposta a Emergências para organizar esses envios e possível apoio futuro.
O Governo espanhol aceitou a oferta da Alemanha, Eslováquia e Holanda para combater os incêndios que devastam diversas áreas do país, somando-se aos reforços já fornecidos pela França e Itália e ao envio de recursos civis e militares espanhóis.
Hoje à tarde, há 19 incêndios florestais ativos no nível de gravidade máxima.
Um total de 27 pessoas foram detidas e 92 investigadas desde 01 de junho, data de início da campanha nacional de controlo de incêndios florestais, e até 16 de agosto (sábado), informou hoje o Ministério do Interior.
Desses números, a Polícia Nacional deteve sete pessoas e investigou outras sete, enquanto a Guarda Civil deteve 20 e investigou 85 por suposto envolvimento em fogos.
Os incêndios continuam a devastar o noroeste da Península Ibérica, especialmente as províncias de Ourense, Cáceres e Leão.
Milhares de pessoas permanecem retiradas das cidades afetadas, o serviço de alta velocidade entre Madrid e a Galícia continua suspenso pelo quinto dia consecutivo e inúmeras estradas estão fechadas.
A situação complicou-se nas últimas horas na Extremadura, nomeadamente no incêndio de Jarilla (Cáceres).
[Notícia atualizada às 17h47]
Leia Também: Sánchez diz apoiar o acordo entre UE e EUA mas sem entusiasmo