A medida, solicitada por Trump, foi aprovada com 88 votos a favor e 52 contra pela Câmara dos Representantes do Texas e deve passar no Senado local, de maioria republicana, antes de ser promulgada pelo governador republicano, Greg Abbott.
Em minoria no parlamento texano, os democratas saíram do estado no início de agosto, refugiando-se em Chicago ou Nova Iorque, para que não fosse atingido o número necessário de membros para o funcionamento da Câmara dos Representantes.
O regresso permitiu a organização da votação sobre o texto na quarta-feira, com a proposta de redistribuição a ser aprovada, como se esperava.
Trump saudou a aprovação como "uma grande vitória" para o Texas, numa mensagem nas redes sociais, referiu a agência de notícias France-Presse (AFP).
"Estamos a caminho de cinco assentos adicionais no Congresso e de salvar os vossos direitos, as vossas liberdades e o vosso próprio país", afirmou na quarta-feira à noite.
Trump defendeu que mais assentos para o Partido Republicano significam menos criminalidade, uma economia mais robusta, um direito de possuir armas mais forte, "felicidade e paz", indicou a agência de notícias EFE.
"O Texas nunca nos dececiona", acrescentou.
O desafio é grande para Trump, porque se os democratas recuperarem a maioria na Câmara dos Representantes em Washington terão campo livre para lançar comissões de inquérito parlamentares e prejudicar o final do segundo mandato do bilionário republicano.
A maioria na Câmara dos Representantes, a câmara baixa do Congresso, decide-se, por vezes, por poucos lugares, pelo que os cinco assentos adicionais do Texas podem ser decisivos.
Dos 38 deputados do Texas em Washington, 25 são atualmente republicanos. A Casa Branca (presidência) espera ter 30 em 2026.
A Câmara dos Representantes tem 435 lugares e os republicanos detêm atualmente 220, contra 213 dos democratas, havendo dois assentos vagos.
Trump voltou a defender o fim do voto por correspondência, que acusa de favorecer supostas fraudes eleitorais.
"Cem lugares adicionais irão para os republicanos" se acabar o voto por correspondência, afirmou numa outra mensagem.
Para responder ao Texas, os eleitos da Califórnia, governada pelo democrata Gavin Newsom, apresentaram na segunda-feira uma iniciativa para organizar um referendo sobre a alteração do mapa eleitoral do estado mais populoso do país.
Se os eleitores californianos aprovarem o projeto em 04 de novembro, o parlamento local, com maioria democrata, poderá adotar um novo mapa que garantirá aos democratas cinco assentos adicionais no Congresso, tal como no Texas.
"A Califórnia e os californianos têm sido o alvo preferido da administração Trump e não vamos ficar de braços cruzados enquanto ordena ao Texas e a outros estados que manipulem as próximas eleições", afirmou Newsom num comunicado na segunda-feira.
Enquanto os representantes locais do Texas debatiam o mapa eleitoral, o representante democrata Chris Turner classificou a iniciativa como "uma clara violação da Lei dos Direitos de Voto e da Constituição".
A Lei dos Direitos de Voto foi adotada em 1965 para impedir que os antigos estados segregacionistas do Sul privassem os afro-americanos do direito de voto.
Os democratas do Texas denunciaram a vontade dos republicanos de "silenciar os eleitores das minorias através de uma manipulação racista".
O novo mapa eleitoral vai diluir os votos dos eleitores afro-americanos e hispânicos que, na maioria, votam tradicionalmente nos democratas, argumentaram.
Além do Texas, a administração Trump também gostaria de redesenhar a seu favor os mapas de Ohio, Missouri e Indiana.
"Florida, Indiana e outros estão a tentar fazer o mesmo", escreveu Trump nas redes sociais.
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