Macron define ataque israelita a hospital em Gaza como intolerável

O presidente francês, Emmanuel Macron, considerou hoje como "intolerável" o ataque ao hospital Nasser, em Gaza, e instou Israel a respeitar o Direito internacional, salientando que "civis e jornalistas devem ser protegidos em todas as circunstâncias".

Emmanuel Macron, França,

© YOAN VALAT/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
25/08/2025 20:04 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Os meios de comunicação social devem poder cumprir a sua missão de forma livre e independente para cobrir a realidade do conflito", disse Macron após uma conversa telefónica com o Emir do Qatar.

 

Vários países, a par da França, condenaram hoje o ataque israelita ao hospital Nasser, em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, que matou pelo menos 20 pessoas, incluindo cinco jornalistas.

O chefe da diplomacia do Qatar, Mayed al-Ansari, condenou estes ataques, que disse constituírem "um novo episódio na série de crimes odiosos cometidos pela ocupação contra o povo palestiniano irmão e uma violação flagrante do direito internacional".

Al-Ansari sublinhou que ataques contra jornalistas e pessoal médico requerem "uma ação internacional e decisiva".

"Estou horrorizado com o ataque israelita ao Hospital Nasser. Os civis, os profissionais de saúde e os jornalistas devem ser protegidos", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, reiterando o seu apelo a "um cessar-fogo imediato".

Também a diplomacia alemã manifestou o seu choque com a morte de jornalistas, de equipas de salvamento e de civis, defendendo que o ataque deve ser investigado.

De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Johann Wadephul, Israel deve "permitir imediatamente o acesso de meios de comunicação estrangeiros independentes e garanta a proteção dos jornalistas em Gaza".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano descreveu o ataque como um "crime odioso".

"Os apoiantes políticos e militares do regime de ocupação, em particular os Estados Unidos, que são cúmplices e parceiros dos crimes hediondos cometidos contra o povo palestiniano, devem ser responsabilizados pela comunidade internacional", adiantou o porta-voz do Ministério, Esmail Baghai.

O Vaticano, através do cardeal Pietro Parolin, diz-se "atordoado com o que está a acontecer em Gaza", apesar da "condenação mundial".

"Também aqui parece que não há atualmente nenhuma esperança de solução e que a situação está a tornar-se cada vez mais complicada, sobretudo do ponto de vista humanitário", acrescentou.

Portugal ainda não se manifestou acerca dos ataques de hoje.

Também os chefes da diplomacia dos 57 países-membros da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), que se reuniram hoje, afirmaram que Israel deve ser responsabilizado pelo Direito internacional por "crimes de guerra e genocídio" na Faixa de Gaza.

Os países apresentaram uma resolução em que exigem responsabilização e ação penal ao abrigo do direito internacional numa reunião extraordinária realizada na cidade saudita de Jeddah.

Em novembro passado, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu três mandados de captura para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o antigo ministro da Defesa da Israel Yoav Gallant e o líder do Hamas, Mohammed Deif - entretanto morto - pelas ações realizadas na Faixa de Gaza e nos ataques do Hamas a 7 de outubro de 2023, que desencadearam a ofensiva israelita no território palestiniano.

Israel bombardeou o hospital Nasser, esta manhã e, quando jornalistas e socorristas chegaram ao local para ajudar as vítimas e documentar o que aconteceu, voltou a bombardeá-lo, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, numa técnica conhecida como "golpe duplo".

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, definiu o ataque como "um trágico acidente".

Ainda hoje um sexto jornalista, Hasan Douhan, do jornal diário palestiniano Al Hayat foi morto a tiro em Al Mawasi, no sul de Gaza.

Com a morte de Douhan, o número total de repórteres e influenciadores digitais mortos na ofensiva israelita sobe para 246, tornando a guerra em Gaza uma das mais mortais para a imprensa na história.

Israel tem em curso uma ofensiva militar na Faixa de Gaza desde que sofreu um ataque do Hamas em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.

De acordo com dados divulgados pelas autoridades do enclave palestiniano, a ofensiva lançada por Israel em Gaza já fez cerca de 62.700 mortos.

Leia Também: Moldova vai receber a visita de Emmanuel Macron, Mertz e Donald Tusk

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