O governante falava no Funchal, na apresentação do livro "Madeira -- Turismo 2015-2024", uma iniciativa da Secretaria Regional do Ambiente, Turismo e Cultura. Na ocasião, o secretário regional com a pasta do Turismo, Eduardo Jesus, realçou que o setor cresceu 66% nos últimos nove anos, em termos de dormidas, e 130% em proveitos totais.
Na sua intervenção Miguel Albuquerque assegurou que o seu executivo, de coligação PSD/CDS-PP, não irá "descansar à sombra do sucesso" e elencou um conjunto de desafios que a Madeira enfrenta com o crescimento turístico registado.
O chefe do executivo madeirense começou por destacar a necessidade de minimizar a pressão nos locais mais turísticos, nomeadamente em percursos pedestres, reiterando que o Governo Regional vai tomar medidas de limpeza, segurança e estipular o pagamento em alguns sítios.
Por outro lado, indicou que há vários espaços que poderão ser requalificados e abertos para expandir a oferta turística.
Miguel Albuquerque (PSD) sublinhou também que é preciso "melhorar substancialmente" a oferta de restauração e cafés.
"Há um défice estético, é preciso dizer isto, que tem de ser suprido. Não é admissível que, neste momento, grande parte da oferta de cafés e restauração na Madeira continue com cadeiras de plástico, sem guardanapos, com guarda-sóis cada um com a sua publicidade", afirmou.
"É assim que as coisas funcionam, quem não gosta paciência", reforçou, apontando que também a frente mar tem de ser alvo de melhorias na maior parte da ilha.
Miguel Albuquerque defendeu igualmente que a região precisa de voltar a ter helicópteros turísticos, argumentando que "é fundamental para os turistas de alto rendimento" efetuarem visitas à ilha e se deslocarem, por exemplo, para os campos de golfe.
"Nós precisamos, neste momento, à semelhança dos bons destinos europeus, ter uma saída e uma capacidade de receber os jatos privados", acrescentou ainda, adiantando que estas questões envolvem neste momento uma elevada burocracia.
A aposta na formação dos trabalhadores do setor, aumento dos salários, a limitação dos TVDE (transporte de passageiros em veículos descaracterizados), o controlo da operação das empresas de aluguer de veículos e a limitação do alojamento local, sobretudo no Funchal, são outras das medidas que, no entender de Albuquerque, têm de ser tomadas.
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