Em Roma, irão juntar-se aos outros grupos de portugueses que já partiram em voos anteriores, integrando a delegação portuguesa que nestes Jubileu dos Jovens está no "top 5" das maiores delegações no evento, com um total de 11.500 portugueses, que ocuparão três pavilhões de acolhimento.
Para muitos é a sua "primeira viagem internacional e de avião", disse à Lusa no local o diretor da pastoral juvenil da diocese de Aveiro, Tiago Santos, de 36 anos que lidera o grupo.
"Neste momento, estão aqui duas paróquias, cerca de 40 jovens, de um total de 400 jovens da diocese de Aveiro e que representam um resultado daquilo que foi feito ao longo ds últimos dois anos, depois das Jornadas Mundiais da Juventude, [em Lisboa]".
Isa Almeida, 23 anos, pertence à paróquia de Espinhel e disse com um ar feliz que é a primeira vez que participa num encontro desta dimensão de jovens católicos. "Estamos ansiosos, nervosos, mas com muita esperança e fé que tudo vai correr bem", afirmou à Lusa.
"A expectativa é encontrar outros jovens de outros países, aumentar a nossa fé e assistir à missa com o novo Papa", destacou.
Admite que foi o apelo do Papa Francisco, que morreu em abril passado, que a fez estar ali de partida para Roma.
Ao seu lado, Rodrigo, 21 anos, diz que inicialmente, "o grande objetivo era ver o Papa Francisco", por isso ambos tomaram a decisão de ir ao Jubileu logo naquela altura.
Quanto a preocupações atuais com o mundo, Isa diz que "é a guerra", principalmente a da Ucrânia. Ela e Rodrigo admitem os receios que têm dos impactos dos conflitos no seu futuro. E o objetivo, acrescenta Rodrigo, "é tentar que não cheguem cá abaixo", numa alusão ao sul da Europa.
Para Santiago, da mesma paróquia, "o importante é conhecer as culturas de outras pessoas em relação à religião". E a preocupação, para já, diz com ironia, "é que a mala lá chegue [a Roma]".
"Muitos dos jovens que estão aqui já receberam jovens em suas casas, na experiência que foi a Jornada Mundial da Juventude. Por isso, hoje vão com tanta ansiedade e com tanta vontade de conhecerem o contrário, ou seja, de irem para um país diferente e serem lá acolhidos", embora não vão para casas de famílias, mas para um pavilhão, realçou, por seu lado, o responsável da diocese de Aveiro que acompanha o grupo na viagem.
"Acima de tudo, eu acho que eles estão preocupados hoje em dia com o facto de serem envolvidos" na igreja, sublinhou.
Isso notou-se na sua saída das paróquias, com as famílias e os párocos contentes por saberem que estes jovens "vão pelo mundo conhecerem várias culturas, para depois as trazerem para o dia a dia das suas paróquias", frisou.
Por isso, Tiago Santos espera que, depois desta experiência, os jovens "não tenham medo de falar com os seus padres e com os grupos que gravitam na paróquia". E que digam: "nós somos jovens, vimos isto, soubemos isto, contaram-nos isto e queremos implementar na nossa terra".
Para Tiago Santos, a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa "foi muito importante" para uma tão grande adesão de jovens portugueses a este Jubileu e o apelo Papa Francisco".
Aliás, não esconde que só na diocese de Aveiro houve 15 desistências de pessoas que estavam para ir ao Jubileu da Juventude logo que se soube da morte do Papa Francisco.
O segundo motivo da grande adesão "é o facto dos jovens quererem conhecer o mundo, não o mundo do digital, mas no concreto", sendo esta oportunidade de estar na praça de São Pedro, no sítio onde a igreja católica se decide, "muito importante" para eles.
No dia 30, será o dia de Portugal: "uma grande ansiedade nossa, temos duas eucaristias especiais e vamos fazer uma visita pelas basílicas dos nossos cardeais, com momento musicais e artísticos", destacou Tiago Santos.
Do Papa Leão XIV, o jovem de 36 anos espera uma mensagem muito presente de que "a realidade do mundo não está nos nossos telemóveis, está no nosso dia a da e naquilo com que nos cruzamos na rua". Acima de tudo "para nos sermos missionários do mundo", concluiu.
O diretor do Departamento Nacional de Pastoral Juvenil, Pedro Carvalho, disse sexta-feira à agência Lusa que os números da participação portuguesa no Jubileu dos Jovens, que começa na segunda-feira e termina em 03 de agosto, refletem "a adesão ao apelo" do Papa Francisco em Lisboa durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em 2023.
Segundo o arcebispo Rino Fisichella, responsável da Santa Sé pelo Jubileu (Ano Santo celebrado a cada 25 anos), são esperados jovens peregrinos de 146 países, 68% dos quais da Europa.
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