Há vários incêndios ativos em Portugal Continental e, esta terça-feira, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ressalvou que "o combate é de todos", sendo também necessária "a colaboração de todos", após uma visita à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, onde esteve acompanhado pela ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral.
Em declarações aos jornalistas, quando questionada acerca do número de helicópteros disponíveis, Maria Lúcia Amaral afirmou que "não ajuda estar a saber quantos meios aéreos temos", notando que os "números são irrelevantes".
A governante destacou que, tendo em conta os incêndios que mais preocupam as autoridades, "a existência de 72 ou 76 ou 80 meios aéreos" seria irrelevante, "porque o que causa dificuldade aos operacionais é o caráter extremamente acidental da orografia, a dificuldade de acesso".
Já sobre o que poderá ter falhado para que estes incêndios se tornassem graves, a ministra disse: "Falha o que falha, falha que não queríamos que nada acontecesse no nosso país".
"Os números são irrelevantes", diz MAI sobre helicópteros nos incêndios
Luís Montenegro realçou que o “combate é de todos” e que, por isso, “precisa da colaboração de todos”.
Carolina Pereira Soares com Lusa | 14:21 - 29/07/2025Meios aéreos "irrelevantes"? "Em complemento com meios terrestres são chave para ter sucesso"
Já o comandante nacional de Proteção Civil, Mário Silvestre, salientou que "os meios aéreos, em complemento com os meios terrestres, é que são, no fundo, a chave para conseguir e para ter sucesso no combate ao incêndio", após ter sido questionado sobre as palavras da ministra da Administração Interna.
Mário Silvestre explicou que é preciso "uma complementaridade de recursos". "Os meios aéreos 'per se' não resolvem incêndios, assim como os meios terrestres precisam da capacidade aérea para poderem progredir no terreno e poderem fazer essas intervenções".
Incêndios? Complementaridade entre meios aéreos e terrestres é a chave
O comandante nacional de Proteção Civil explicou hoje que o êxito do combate aos incêndios depende da complementaridade entre meios aéreos e terrestres e admitiu que nenhum comandante está satisfeito com os meios que tem à disposição.
Lusa | 19:48 - 29/07/2025José Luís Carneiro não quis comentar palavras da MAI
Por sua vez, o secretário-geral do Partido Socialista (PS), José Luís Carneiro, escusou-se a comentar as palavras de Maria Lúcia Amaral acerca do número de meios aéreos ser "irrelevante".
No entanto, deixou "uma palavra de solidariedade para as forças, para os elementos da Proteção Civil, para os nossos bombeiros que, de forma generosa, altruísta, de forma dedicada, entregam as suas vidas à proteção de pessoas e bens".
Carneiro enaltece "dedicação" e "altruísmo" de bombeiros e Proteção Civil
O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, manifestou hoje solidariedade e agradecimento pela forma "generosa, altruísta e dedicada" como bombeiros e Proteção Civil estão a combater os incêndios, escusando-se a comentar a atuação do Governo.
Lusa | 20:34 - 29/07/2025Rui Rocha: "Número de meios aéreos? Também não sabemos"
As declarações da ministra da Administração Interna foram também 'alvo' de um comentário, na rede social X (antigo Twitter), do deputado e antigo presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha: "Número de meios aéreos? Também não sabemos", seguido de uma imagem de uma notícia do jornal Expresso.
Número de meios aéreos? Também não sabemos. pic.twitter.com/4tQr5E63Py
— Rui Rocha (@ruirochaliberal) July 29, 2025
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