Durante o último dia, entre quinta e sexta-feira, numa altura em que Portugal está a ser assolado por fortes fogos, as autoridades portuguesas deram conta de, pelo menos, seis detidos - cinco homens e uma mulher - pelo crime de incêndio florestal.
As detenções ocorreram nos concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Arouca, Peso da Régua, Ponte da Barca, Chaves e Oliveira do Hospital.
Ao início da manhã de quinta-feira, a Guarda Nacional Republicana (GNR) divulgou a detenção de um homem de 34 anos, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo.
Em comunicado, a força de segurança explicou que o incêndio "teve origem durante trabalhos agrícolas" e que o "suspeito terá provocado, de forma acidental, um incêndio que consumiu cerca de dois hectares de área agrícola e freixos".
No mesmo dia, a Polícia Judiciária (PJ) revelou que deteve uma "mulher, de 56 anos, fortemente indiciada pela autoria de um crime de incêndio florestal, em Arouca". "A suspeita terá provocado o incêndio com recurso a chama direta, alegadamente num quadro de consumo de bebidas alcoólicas", explicou a PJ.
Segundo a autoridade, o "incêndio em causa, que foi dominado com recurso a meios aéreos, criou perigo para uma mancha florestal significativa, bem como para vários edificados, designadamente residências e indústrias instaladas na área, existindo um forte alarme social devido ao incêndio que assola há vários dias o concelho de Arouca".
As chamas consumiram "uma área de mancha florestal, constituída, maioritariamente, por sobreiros, carvalhos e medronheiros".
Um homem de 58 anos foi também detido pela suspeita de ter ateado um incêndio em área florestal no concelho do Peso da Régua. O incêndio ocorreu na madrugada de quarta-feira e consumiu uma área de mancha florestal, constituída, maioritariamente, por sobreiros, carvalhos e medronheiros.
Já esta sexta-feira, a PJ anunciou que deteve um homem, de 57 anos, por ser o "presumível autor de três crimes de incêndio florestal, ocorridos no passado mês de junho, na freguesia de Vila Chã (Santiago)", em Ponte da Barca".
"Nos dias 19 e 29 de junho, foram detetadas ignições que resultaram em incêndios florestais na freguesia de Vila Chã (Santiago), junto a caminhos florestais de difícil acesso e já algo afastados do aglomerado habitacional", indicou a autoridade, explicando que foi detetado um "motociclo que ali circulava e em cujos locais de passagem foram imediatamente detetados focos de incêndio que evoluíram para a mancha florestal".
Foi também detido pela PJ um outro homem, de 53 anos, por suspeito de ter ateado um incêndio em área florestal, localizada no concelho de Chaves. O crime "correu na madrugada do passado dia 3 de julho de 2025, cerca das 00h30" e consumiu uma "área de mancha florestal, constituída, maioritariamente, por mato e pinheiro-bravo".
A GNR, por sua vez, revelou que deteve um homem pelo crime de incêndio florestal, no concelho de Oliveira do Hospital.
"A detenção ocorreu na sequência de um incêndio florestal, que deflagrou naquele concelho, tendo os militares da Guarda desenvolvido diligências policiais que permitiram apurar que o incêndio teve origem através de chama direta com recurso a fósforos", indicou a autoridade.
Sublinhe-se que, desde segunda-feira, muitos incêndios rurais têm afetado o continente português, em especial as regiões Norte, Centro e Alentejo. As chamas obrigaram à evacuação de aldeias.
Entre bombeiros e civis, várias pessoas foram assistidas, sem registo de feridos graves. Não há também indicação de habitações destruídas, mas arderam áreas florestais, agrícolas e pecuárias, bem como anexos e similares.
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