Críticas? "Alguém acha que PM em férias está verdadeiramente em férias?"

O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, saiu em defesa do primeiro-ministro e das críticas que têm sido apontadas à realização da Festa do Pontal e outros anúncios numa altura de combate a incêndios. Também outra "guerra" foi tema, numa altura em que há "um momento histórico".

Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros,

© Getty Images

Ana Teresa Banha
18/08/2025 23:59 ‧ há 2 horas por Ana Teresa Banha

País

Paulo Rangel

O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, deu, esta segunda-feira, uma entrevista à SIC Notícias durante a qual falou não só da reunião do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com os líderes europeus, mas também de questões nacionais, como as críticas ao Governo na gestão dos incêndios.

 

"Estamos num momento histórico. O que se passou hoje na Casa Branca não tem paralelo no passado e revela que estamos num momento de viragem, de definição. Amanhã, quer o primeiro-ministro, quer eu mesmo, teremos várias reuniões em que haverá um relatório por parte dos que participaram na reunião de hoje", começou por dizer, apontando que aí Portugal terá uma "imagem mais concreta" do que foi discutido.

Rangel defendeu, no entanto, que poderá haver "condições para haver uma paz", mas citou o chanceler alemão, Friedrich Merz: "Serão negociações muito complicadas. Penso que o ponto primeiro, fundamental, são as garantias de segurança - e saber como é que cada uma das partes as interpreta."

Rangel não considerou que Donald Trump estivesse a subestimar as garantias de segurança, considerando que o presidente dos EUA estava "extremamente empenhado em que se ponha termo à guerra e que haja solução duradoura", algo que será também fundamental para "mostrar a sua influência".

"Isto também foi muito importante para [Volodymyr] Zelensky. Não ir sozinho", apontou, falando do apoio da Europa.

Ainda acerca do assunto, Paulo Rangel apontou que achava que se estava a aproximar uma fase de negociação mais "complexa", que seria capaz de demorar "mais tempo".

E a "guerra" por cá?

Na entrevista à SIC Notícias, o responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros foi também questionado acerca das críticas ao Governo na gestão do combate aos incêndios, mas sobre a 'animação' na Festa do Pontal em época de fogos, assim como o anúncio da Fórmula 1 ao Algarve.

"Portugueses têm todos direito a um mês de férias. O primeiro-ministro interrompeu as suas férias no 4.º dia. Teve quatro dias de férias. O que é importante é combater-se os incêndios. Vejo pessoas a comentarem coisas que me chocam. O primeiro-ministro, ao quarto dia, renunciou às suas férias. Falou à comunicação social. Alguém acha que um primeiro-ministro ou ministro em férias está verdadeiramente em férias? As pessoas estão constantemente a trabalhar", afirmou.

Rangel rejeitou que a realização da Festa do Pontal se tratasse de algum "sinal" e defendeu que o Executivo estava a apoiar os bombeiros. "Havia expetativa de, eventualmente, outro desenlace nos fogos. Não foi possível e imediatamente o primeiro-ministro cessou a suas férias. Estava ao comando a partir de férias", apontou.

Recorde-se que as críticas surgem dias depois de o primeiro-ministro, Luís Montenegro, considerar que Portugal estava "em plena guerra" e que não seria agora a hora da discussão e de no fim de semana, a Ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, abandonar uma conferência de imprensa.

Na 'rentrée' do Partido Social Democrata, no Algarve, Montenegro disse que era preciso salvar "as pessoas, património e país". Dias depois, a primeira morte no âmbito dos incêndios era anunciada e, hoje, há ainda milhares de bombeiros no combate às chamas, o mecanismo europeu foi ativado e houve mesmo um fogo que 'passou' a fronteira até Portugal.

Leia Também: Secretário-geral do PS exige que seja declarada situação de calamidade

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