No discurso de consagração como líder do PS, depois das diretas às quais se apresentou como candidato único para a sucessão de Pedro Nuno Santos, Carneiro assegurou que o PS "assume plenamente as suas responsabilidades" e reiterou a disponibilidade para "trabalhar o reforço dos consensos democráticos" nas áreas da política europeia e externa, na defesa, na segurança e na justiça.
O novo líder do PS assumiu no entanto o partido como oposição ao Governo de Luís Montenegro e prometeu uma oposição "leal, responsável, firme e enérgica" perante ameaças aparentes deste executivo em várias áreas.
"O PS usará todos os instrumentos de fiscalização para se opor a medidas que sejam erradas, que sejam injustas, injustificadas e ineficazes", avisou.
Como exemplo, ficou já clara a oposição dos socialistas à "ideia de os estudantes terem de se socorrer de empréstimos bancários para pagarem os seus estudos superiores", prometendo um "papel de oposição, apresentando propostas alternativas".
Questionado sobre se tem alguma reunião marcada com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, Carneiro referiu que a eleição para líder do PS terminou hoje e que "o mais regular é que a partir de agora se encete esse diálogo com os partidos do Governo".
"Somos oposição alternativa. Há muitas prioridades que este governo desvaloriza e que são essenciais", criticou no discurso, dando como exemplos a economia, os salários, a saúde, a habitação e as respostas aos jovens.
Para o líder do PS, "é urgente que o SNS melhore", criticando que "com a AD nenhum problema" tenha sido resolvido, mas sim vários agravados, depois das promessas de soluções rápidas terem sido, como o PS avisou, "ilusórias".
José Luís Carneiro discursou esta noite no Largo do Rato, sede do PS, numa sala com pouco mais de uma dezena de pessoas presentes, entre os quais o presidente do partido, Carlos César, o mandatário José Leitão ou o ex-deputado Paulo Pisco.
Questionado sobre o facto de estarem poucas pessoas na sala, o novo líder do PS explicou que não foi feito nenhum convite para que os militantes pudessem estar presentes.
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