Suplemento? "Para pensões de 600€, é um café de três em três dias"

O secretário-geral socialista, José Luís Carneiro, falou da imigração, do "falseamento de números" que resultam no "falhanço" do Governo e das "manobras" que AD tem realizado com o Chega.

josé luís carneiro

© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Teresa Banha
17/07/2025 23:47 ‧ há 4 horas por Teresa Banha

Política

José Luís Carneiro

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), José Luís Carneiro, comentou, esta quinta-feira, o debate do estado da Nação e algumas das medidas anunciadas, nomeadamente, o suplemento extraordinário para todas as pensões até 1.567,50 euros anunciada pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro.

 

"É um apoio com caráter extraordinário que é dado em setembro, mas que é retirado em janeiro", considerou, em entrevista à CNN Portugal, 'mostrando' as contas feitas: "Para pensões de 600 euros, estamos a falar de 36 cêntimos por dia. Ou seja, dá para um café de três dias em três dias. Para pensões de mil euros, dá 23 cêntimos por dia. É disso que estamos a falar."

Criticando a proposta, José Luís Carneiro afirmou: "Mesmo assim, o Governo achou que devia usar este instrumento eleitoralista para depois tirar em janeiro."

Face a este suplemento anunciado, e que será aprovado no Conselho de Ministros de sexta-feira, Carneiro disse que o Executivo poderia contar com o apoio dos socialistas para uma outra medida: "O PS está disponível para viabilizar um aumento permanente das pensões sociais de velhice, que são as mais baixas. Há pessoas que vivem com cerca de 300 euros por mês. Como?"

"Nós estamos disponível para olhar para estas pensões e ter um aumento estruturado e permanente", reforçou.

As "manobras", o "falseamento" e a boa-fé (?) do Governo

Também durante a entrevista, Carneiro falou de "manobras" que o Executivo estará a realizar com o Chega. "Essas manobras que o Governo tem estado a desenvolver juntamente com o Chega, são manobras que visam distrair os nossos concidadãos da falta de resposta de políticas públicas", disse, lembrando que o "líder do partido de extrema-direita" falou de um princípio de acordo na semana passada, que esta tarde de quinta-feira Montenegro disse desconhecer.

"O primeiro-ministro negou qualquer acordo. Agora, diria que terão de explicar. O primeiro-ministro tem de explicar", apontou na mesma entrevista.

Confrontando com as declarações que fez esta semana, nomeadamente, o que significa uma rutura entre o PS e o Partido Social Democrata - colocada como possibilidade pelo próprio -, esclareceu: "Há áreas de convergência de democrática, entre elas a política externa, europeia, de relação com países africanos de língua oficial portuguesa. a relação com o Atlântico, com o Brasil. As opções que estão a ser tomadas colocam em causa um posicionamento histórico comum entre o PS, PSD e o próprio CDS porque fomos os construtores das prioridades da política externa nacional."

Por outro lado, Carneiro recordou que também disse que o PS estava disponível para cooperar com o Governo em várias áreas, como a Justiça, Defesa, e outras: "Não apenas o disse, como o tenho praticado. Há poucos dias, enviei uma proposta ao primeiro-ministro colocando aquelas que são as linhas fundamentais relativamente às quais, na área da Defesa, o país tem de fazer um esforço imenso - e poderemos cooperar."

Criticando ainda a votação da alteração da lei dos estrangeiros, José Luís Carneiro falou da posição da AD com a "sua maioria": "Impuseram essa votação, que foi ao cúmulo de não ter feito auscultação e recolher o parecer de tribunais superiores [...]. Se o Governo está de boa-fé, se a AD está de boa fé, por que razão não esperou pelos pareceres daqueles que depois têm a responsabilidade de administrar a lei?"

E para além da questão, o líder socialista continuou, referindo-se a uma matéria como as 120 mil autorizações de residência, mas não só: "Porque a AD tem falhado: nos números, nos dados. É com base no falseamento de dados - que vamos ter oportunidade para o demonstrar - que tem estado a trabalhar nas perceções."

Em matéria de imigração, Carneiro disse, falando também de operações ligadas à Polícia de Segurança Pública e Guarda Nacional Republicana: "Hoje, todos se vangloriam com as as operações que a PJ está a fazer para desmantelar redes de criminalidade organizada associadas à imigração. E sabe porque é que a Polícia Judiciária está a fazer essas operações hoje? Porque foi o Governo do Partido Socialista que deu esse poder à Polícia Judiciária."

Leia Também: Líder do PS diz que Loures teve "todos os cuidados" nas demolições

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