Redes sociais permitem disseminação de mentiras em catástrofes naturais

As grandes redes sociais deixam a desinformação relativa às ditas catástrofes naturais disseminarem-se e mesmo beneficiar com estas, apontou uma organização não governamental (ONG) dos EUA em relatório divulgado hoje, "o que coloca vidas em perigo".

Myanmar terramoto

© Magdalena Chodownik/Getty Images

Lusa
23/07/2025 19:30 ‧ ontem por Lusa

Tech

estudo

Ao analisar 300 publicações, que se tornaram virais com mentiras ou enganadoras, de quatro plataformas durante catástrofes recentes, como as inundações no Estado do Texas e os incêndios em Los Angeles, no da Califórnia, o Center for Countering Digital Hate (CCDH), baseado em Washington, concluiu que os seus algoritmos promovem informação errada, enquanto omitem informações essenciais para as populações.  

 

"A influência de importantes propagadores de teorias da conspiração durante eventos meteorológicos extremos entrava a ação do socorro", ao travar a difusão de mensagens de informação e alerta das autoridades, "o que coloca vidas em perigo", escreveu a ONG.

Na Facebook e Instagram (do grupo Meta), escreveu o CCDH, apenas dois por cento das publicações consideradas enganadoras pela ONG estavam ligadas, para contrariar a desinformação, a uma confirmação de factos ou a uma nota dos internautas.

Estas notas, uma espécie de comentários propostos pelos utilizadores para acrescentar contexto ou assinalar um erro factual, estão presentes em apenas um por cento das publicações analisadas na X, acrescentou a ONG, ao passo que não há qualquer contexto nos vídeos analisados no YouTube.

As publicações do grande nome das teorias da conspiração, Alex Jones, sobre os incêndios em Los Angeles em janeiro foram mais vistas na X do que o total combinado das mensagens das principais agências de socorro e dos meios tradicionais, como o Los Angeles Times, apontou-se no estudo.

"A difusão rápida das teorias da conspiração ligadas ao clima não é um acidente", disse o dirigente do CCDH, Imran Ahmed, "mas o coração de um modelo económico que beneficia da indignação e da divisão".

Várias plataformas, como Meta e X, reduziram a importância dos seus instrumentos de moderação e verificação de conteúdos, acusados pela direita política de serem demasiado progressistas.

E as consequências desmultiplicam-se no mundo real.

Depois das inundações mortais no Texas, no início de julho, Augustus Doricko, dirigente de uma empresa que desenvolve uma tecnologia para fazer chover, recebeu "numerosas ameaças", confirmou à AFP.

E os que divulgam mentiras procuram beneficiar das mesmas, sublinhou o Center for Countering Digital Hate.

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