Ainda não se conhecem os resultados trimestrais completos da Tesla, mas estes podem trazer uma nova descida das vendas entre abril e junho de 2025.
De acordo com a agência Reuters, uma sondagem a 23 analistas feita pela Visible Alpha concluiu que se espera que a Tesla venda 394.380 exemplares de abril a junho. A confirmar-se, será um declínio acentuado superior a 11 por cento face ao mesmo período do ano passado.
Ainda assim, fica abaixo da descida de 13 por cento no primeiro trimestre deste ano - que a Tesla atribuiu à paragem na produção do Model Y, o SUV que mais vende.
Só na Europa, segundo a Associação de Construtores Automóveis Europeus, a Tesla registou uma expressiva quebra de vendas na ordem dos 27,9 por cento em maio - comparando com o mesmo mês do ano passado. É o quinto mês consecutivo de descida.
Parte deste declínio da Tesla pode justificar-se pelo facto de Elon Musk ter integrado a administração Trump, que provocou muito desagrado entre potenciais compradores. A passagem do empresário pelo governo americano deixou marcas. Por outro lado, também há mais compradores de carros elétricos chineses, que são opções mais acessíveis.
A quota de mercado da Tesla entre os veículos elétricos também tem vindo a decrescer nos últimos anos, sendo agora de 7,6 por cento entre janeiro e maio.
Elon Musk permanece confiante num regresso ao crescimento. No entanto, os analistas estão no polo oposto, acreditando que a empresa pode ter um declínio de oito por cento nas suas vendas.
As projeções do 'patrão' da Tesla quanto ao crescimento este ano (que chegaram a ser de 20 a 30 por cento) não devem ser cumpridas - uma vez que teria de comercializar mais de um milhão de veículos entre julho e dezembro. Embora não seja totalmente impossível, analistas de Wall Street apontam que seria um recorde.
O que não impede a situação de melhorar, até porque poderá vir a ser introduzida uma versão mais barata do Tesla Model Y. O início do fabrico está previsto para o fim de junho.
Apesar do ano complicado que tem vindo a atravessar, o construtor americano de automóveis elétricos também tem feito avanços em algumas frentes dos seus negócios.
Nas últimas semanas, iniciou os testes de um serviço de robotáxi em Austin (Estados Unidos da América), para além de ter feito a primeira entrega 100 por cento autónoma de um carro ao seu proprietário final.
Do lado menos bom, viu nascer nova concorrência, destacando-se em particular o novo Xiaomi YU7 que foi lançado na semana passada na China e perfila-se como um rival potencial do Model Y.
E, em França, foi conhecida uma polémica, em que a Tesla está a ser intimada a cumprir com todos os regulamentos - depois de, alegadamente, ter incorrido em práticas enganadoras aos clientes relativamente às capacidades dos seus carros autónomos.
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