Telecomunicações. Decisão de excluir fornecedores implica criar condições

O diretor-geral da Connect Europe defende que se no futuro continuar a decisão de que não se deve usar fornecedores como a China "é importante criar as condições para que isso aconteça".

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Lusa
07/07/2025 08:52 ‧ ontem por Lusa

Economia

Connect Europe

O diretor-geral da Connect Europe defende que se no futuro continuar a decisão de que não se deve usar fornecedores como a China "é importante criar as condições para que isso aconteça".

 

Alessandro Gropelli, que lidera a associação que representa os principais operadores de comunicações na Europa, foi um dos oradores do 34.º congresso da APDC, onde o futuro dos media e das comunicações foi debatido, que decorreu 01 e 02 de julho, em Lisboa.

Questionado sobre o relacionamento da Europa, em termos de telecomunicações, com a China, tendo em conta que a tecnológica chinesa Huawei foi banida dos 5G em alguns mercados, o diretor-geral da Connect Europe refere que há decisões políticas e, depois, há a legislação, e o trabalho dos operadores é cumprir o que a lei diz.

"Portanto, se no futuro houver uma decisão contínua de que não devemos usar fornecedores de uma área específica, como a China, o importante é criar as condições para que isso aconteça", defende Alessandro Gropelli, apontado que, "antes de tudo, é preciso certificar-se de que está realmente a bloquear o que é sensível e não o que não é sensível".

E, além disso, a criar também "boas condições de investimento no setor porque neste momento" está a ser pedido muito ao setor, sublinha.

"Está a ser pedido ao setor que mantenha os preços baixos, pague muito dinheiro pelo espectro", a par de "permitir a entrada de novos entrantes e aumentar a concorrência, investir nas redes porque todos precisam estar conectados, usar ou não usar alguns fornecedores", elenca.

Ora, "não podemos fazer tudo isso ao mesmo tempo", adverte o diretor-geral da Connect Europe.

"Precisamos criar um clima de investimento que permita crescimento e dinheiro suficientes para fazer as escolhas que queremos fazer", prossegue o responsável.

"Não se pode tomar [uma decisão] isoladamente e dizer: hoje estou a pedir ao meu operador de telecomunicações para remover um fornecedor", aponta Alessandro Gropelli.

A pergunta também deve incluir: "Eles têm o dinheiro? Têm as condições? Estou a criar um ambiente bom para eles?".

Isto porque "se eu tomar uma decisão política, então preciso também assumir a responsabilidade de ajudar o setor a implementá-la", defende.

Em maio de 2023, a Comissão de Avaliação de Segurança (CAS), no âmbito do Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço, divulgou uma deliberação sobre o "alto risco" para a segurança das redes e de serviços 5G do uso de equipamentos de fornecedores que, entre outros critérios, sejam de fora da UE, NATO ou OCDE e que "o ordenamento jurídico do país em que está domiciliado" ou ligado "permita que o Governo exerça controlo, interferência ou pressão sobre as suas atividades a operar em países terceiros".

A deliberação não refere nomes de empresas ou de países, mas o certo é que o caso da Huawei surge na memória, nomeadamente porque a tecnológica chinesa foi banida das redes 5G em outros países europeus.

Em setembro de 2023, a Huawei Portugal entrou com uma ação administrativa contra a deliberação sobre equipamentos 5G da CAS, com o objetivo de salvaguardar os seus direitos legais.

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