UE instada a priorizar conectividade energética com Península Ibérica

Portugal e Espanha têm energias renováveis abundantes, conhecimentos técnicos e instituições que os poderiam posicionar como figuras de destaque na transição energética europeia, mas impõe-se interligar o mercado energético ibérico ao resto da Europa, defende um relatório hoje divulgado.

O que causou o apagão? Casos futuros? 8 respostas do regulador da energia

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Lusa
30/07/2025 15:46 ‧ ontem por Lusa

Economia

Apagão

Intitulado "Após a crise energética: Respostas políticas na Península Ibérica", o documento -- elaborado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) e Brookings Institution -- alerta que a limitada interligação energética da Ibéria com França e outros países vizinhos representa uma vulnerabilidade estratégica crescente, instando os decisores políticos da União Europeia (UE) a tratá-la como uma prioridade urgente.

 

O relatório examina a "resposta rápida e eficaz" da Península Ibérica à crise energética de 2022, desencadeada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, concluindo que, devido às abundantes energias renováveis, à robusta infraestrutura de gás natural liquefeito (GNL) e a ferramentas inovadoras como a "exceção ibérica", a região ajudou a estabilizar os mercados, protegendo as famílias dos piores impactos da crise.

Apesar deste forte desempenho e do amplo apoio público à transição energética, os autores do documento argumentam que a fraca conectividade da rede continua a prejudicar a contribuição da Península Ibérica para a resiliência energética da Europa.

"A Península Ibérica tem tudo para ser líder em energia limpa na Europa. Mas o apagão de abril de 2025 expôs o quão vulnerável ela é sem interconexões mais fortes", afirma o coautor do estudo, Gonzalo Escribano, chefe do Programa de Energia e Clima do Instituto Real Elcano.

Citado num comunicado, Elcano defende que "melhorar a conectividade é essencial para liberar totalmente o potencial da Península Ibérica e garantir o futuro energético da Europa".

Atualmente, apenas 3% da capacidade elétrica da Península Ibérica está ligada à rede mais ampla da UE, muito abaixo da meta de 15% para 2030.

Os autores do estudo advertem que este estrangulamento limita a capacidade da Península em contribuir plenamente para a segurança energética europeia, os objetivos de descarbonização e o crescimento industrial verde.

E, embora estejam em curso projetos de interligação com a França, salientam que a Europa deve ir "mais longe e mais depressa".

Os autores enquadram também a questão como um imperativo geopolítico, sustentando que, numa altura em que a concorrência global se intensifica e as relações comerciais transatlânticas aumentam, "nunca foi tão urgente reforçar a infraestrutura energética interna para reduzir as dependências externas e fortalecer a autonomia estratégica".

Atualmente, o GNL dos EUA é fundamental para dissociar a Europa do abastecimento russo, mas a cooperação transatlântica a longo prazo em matéria de energia e infraestruturas pode ser prejudicada pelas tensões comerciais.

Leia Também: Apagão: Reforço da segurança da rede elétrica ascende a 400 milhões

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