Depois de uma sessão que decorreu maioritariamente em terreno positivo, o Dow Jones acabou em baixa de 0,38% e o alargado S&P500 a recuar 0,12%. Apenas o tecnológico Nasdaq apresentou uma pequena valorização, de 0,15%.
"Powell mostrou-se mais firme do que os investidores esperavam", resumiu Angelo Kourkafas, analista da Edward Jones, em declarações à AFP.
Na leitura do presidente da Fed, "ainda existem muitas, muitas incertezas a esclarecer" sobre as repercussões das novas taxas alfandegárias impostas por Donald Trump às importações dos EUA.
Sobre as negociações com parceiros comerciais dos EUA, "ainda se está longe de ver para onde as coisas vão", apesar de "um período muito dinâmico", disse Powell, depois do final da reunião de dois dias do comité de política monetária (FOMC, ns sigla em Inglês) da Fed.
Sem surpresa, o banco central deixou a taxa de juro de referência inalterada, no nível onde está desde dezembro, no intervalo entre 4,25% e 4,50%.
A maioria dos analistas antecipava uma descida esta taxa na reunião do FOMC em setembro, mas agora há mais incógnita quanto ao que vier a ser decidido, segundo o observatório das opiniões dos analistas, mantido pelo CME.
Agora, dos 112 membros do FOMC, dois votaram contra a manutenção da taxa no nível atual. Tal nível de dissensão era desconhecido desde há mais de 30 anos.
"Mas a maioria do comité manteve a abordagem atentista, à qual já nos habituámos", disse Koukafas.
No início da sessão, os investidores ficaram entusiasmados com indicadores que mostraram uma economia em melhor estado do que esperado.
A atividade económica progrediu três por cento no segundo trimestre, em ritmo anualizado, acima dos 2,3% que os analistas considerados pela MarketWatch para este trimestre do produto interno bruto (PIB).
Diferença tambo mais relevante quanto o PIB se tinha contraído 0,5% no primeiro trimestre, devido a uma corrida para as importações, para procurar retardar ao máximo o efeito da subida das taxas alfandegárias
Divulgado também hoje, o relatório mensal do gabinete de estudos ADP e do Stanford Lab mostrou a criação de 104 mil empregos em julho no setor privado, nos EUA, acima dos 76 mil antecipados pelos analistas.
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