Jihad Islâmica apoia negociação de trégua mas quer "garantias"

A Jihad Islâmica apoiou hoje o Hamas, seu aliado contra Israel na guerra de Gaza, na decisão negociar uma trégua no enclave palestiniano, mas exigiu "garantias" de que esta levará a um cessar-fogo permanente.

Confrontos violentos entre Exército e 'jihadistas' na Síria

© ABDULAZIZ KETAZ/AFP via Getty Images

Lusa
04/07/2025 23:46 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Apresentámos [ao Hamas] uma série de pontos detalhados sobre o mecanismo para implementar a proposta dos mediadores", Egito e Qatar, das tréguas patrocinadas pelos Estados Unidos, afirmou a Jihad Islâmica em comunicado citado pela AFP.

 

"Queremos garantias adicionais para assegurar [que Israel] não retome a sua agressão após a libertação dos [reféns]", adiantou o principal movimento palestiniano apoiante do Hamas.

O Hamas anunciou hoje que deu uma resposta "positiva" aos mediadores sobre a mais recente proposta de cessar-fogo em Gaza e está preparado para negociar "imediatamente" a sua implementação.

A Jihad Islâmica diz que o movimento aliado palestiniano a consultou sobre o acordo de cessar-fogo e a sua resposta "é marcada pela responsabilidade".  

"Desejamos avançar para um acordo", afirma a Jihad Islâmica, que tal como o Hamas participou no ataque de 07 de outubro de 2023 contra Israel que desencandeou o ataque à Faixa de Gaza.

O Hamas, movimento considerado terrorista por Israel e outros países, adiantou que "apresentou a sua resposta aos mediadores (...) positiva, e está pronto para iniciar imediata e seriamente uma ronda de negociações sobre o mecanismo para implementar esta estrutura".

O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou na quarta-feira que Israel aceitou um cessar-fogo de 60 dias em Gaza e intimou o movimento palestiniano Hamas a aceitar os termos do mesmo.

No comunicado de hoje, o Hamas não detalha as condições aceites, mas fontes próximas do grupo disseram à EFE que o Hamas estava "satisfeito" com a proposta de Trump, considerando que "inclui garantias" para "as negociações continuarem" durante uma trégua inicial de 60 dias, visando "um cessar-fogo permanente e uma retirada completa e gradual de Gaza" das forças israelitas.

Em termos gerais, refere a EFE, a proposta prevê que durante a trégua de 60 dias o Hamas libertará metade dos reféns israelitas ainda vivos em Gaza, bem como os corpos de cerca de 30 reféns, em troca da libertação de prisioneiros palestinianos detidos por Israel.

Uma fonte do Hamas citada pelo site noticioso israelita Ynet adiantou que durante as negociações o movimento solicitou algumas pequenas alterações ao texto da proposta, incluindo a eliminação do mecanismo de distribuição de ajuda humanitária gerido pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF) e o regresso da ONU à função de distribuição de mantimentos.

 A rápida resolução da guerra de 12 dias entre Israel e o Irão reacendeu as esperanças de um fim para os combates em Gaza, onde mais de 20 meses de confrontos criaram condições humanitárias catastróficas para uma população de mais de dois milhões de pessoas.

Israel apoiou a proposta desde o início, mas o Hamas rejeitou-a em ocasiões anteriores por não prever uma retirada israelita do território ou o fim da ofensiva.

Telavive tem estado sob crescente pressão também devido ao sistema de distribuição de ajuda humanitária através de uma fundação e que exclui as Nações Unidas, que acusa de beneficiarem o Hamas.

Trump irá receber na Casa Branca (presidência) o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na próxima segunda-feira, numa visita em que deverão debater o conflito em Gaza.

Israel rejeitou na quinta-feira retirar-se de Gaza, alegando que isso permitiria a reorganização do Hamas.

"Retirar de Gaza e depois simplesmente permitir que o Hamas se reagrupe, se reconstrua e nos ataque novamente, como eles dizem que querem fazer, simplesmente não é uma opção", afirmou o porta-voz do Governo, David Mencer.

A atual guerra em Gaza, um território com mais de dois milhões de habitantes, começou em outubro de 2023, após o ataque do grupo extremista palestiniano Hamas em Israel que causou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.

A ofensiva militar israelita após o ataque provocou mais de 57.100 mortos em Gaza, a destruição de grande parte das infraestruturas do território e uma crise na assistência da população, que se viu privada de ajuda alimentar e médica.

Das 251 pessoas raptadas em Israel em outubro de 2023, 49 continuavam detidas em Gaza, mas 27 delas foram declaradas mortas pelo exército israelita.

Leia Também: Hamas diz ter dado resposta "positiva" a proposta de cessar-fogo em Gaza

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