Dois norte-americanos de Fundação Humanitária de Gaza feridos após ataque

Dois norte-americanos da Fundação Humanitária de Gaza (GHF) foram feridos hoje num ataque a um centro de distribuição de ajuda no sul de Gaza, anunciou a organização apoiada pelos Estados Unidos e por Israel.

Faixa de Gaza, Palestina,

© Hassan Jedi/Anadolu via Getty Images

Lusa
05/07/2025 13:11 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Dois trabalhadores humanitários norte-americanos foram feridos num ataque terrorista seletivo durante as atividades de distribuição de alimentos em Khan Yunis", declarou a fundação num comunicado citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

 

A organização conhecida pela sigla em inglês GHF disse que o ataque terá sido realizado por dois atacantes que lançaram granadas contra os funcionários feridos.

O presidente da GHF, Johnnie Moore, escreveu nas redes sociais que "as primeiras indicações são de que se tratou de uma ação hostil do Hamas", o movimento radical palestiniano que governa a Faixa de Gaza desde 2007.

"A GHF continua a investigar e informará à medida que houver mais informações disponíveis", acrescentou Moore, segundo a agência de notícias espanhola Europa Press.

A organização disse no comunicado citado pela AFP que o incidente "ocorreu no final de uma distribuição bem-sucedida, durante a qual milhares de habitantes de Gaza receberam alimentos em total segurança".

Referiu também que "nenhum trabalhador humanitário local ou civil ficou ferido".

Acrescentou que os dois feridos estavam a ser tratados e não corriam perigo de vida.

A GHF começou a distribuir caixas de produtos alimentares em 26 de maio, após um bloqueio de dois meses e meio imposto por Israel à entrada de toda a ajuda humanitária no território palestiniano devastado pela guerra.

Israel manteve o bloqueio apesar dos sucessivos apelos das Nações Unidas e das organizações não-governamentais (ONG) sobre o risco iminente de fome, bem como de acusações de uso da fome como arma de guerra.

As distribuições do GHF deram origem a cenas caóticas.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos declarou na sexta-feira que registou 613 mortos durante a distribuição de ajuda em Gaza entre o início da atividade da GHF e 27 de junho.

Desse total, 509 pessoas foram mortos perto dos centros da GHF.

O exército israelita reconheceu em várias ocasiões que os soldados abriram fogo contra suspeitos que disse representarem uma ameaça nas imediações dos centros GHF, onde multidões de palestinianos formam enormes filas todos os dias, segundo testemunhas.

A Defesa Civil de Gaza anunciou hoje a morte a tiro de oito pessoas perto de um ponto de distribuição da GHF em Raffah, no sul do enclave.

O exército israelita tem repetidamente responsabilizado o movimento islamita Hamas, contra o qual está em guerra em Gaza desde 07 de outubro de 2023, por estes incidentes mortais.

As restrições impostas aos meios de comunicação social e as dificuldades de acesso no terreno em Gaza tornam extremamente difícil para a AFP verificar de forma independente as alegações de ambas as partes.

A ONU e as ONG internacionais consideram a GHF incapaz de executar a distribuição da ajuda, enquanto a fundação defende que nenhum dos incidentes está relacionado com o seu trabalho.

Israel lançou uma ofensiva de grande escala em Gaza que matou mais de 57.000 pessoas, depois de ter sofrido um ataque do Hamas em outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.

Israel, Estados Unidos e União Europeia consideram o Hamas como uma organização terrorista.

Leia Também: Erdogan acusa Netanyahu de transformar região num banho de sangue

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