Durante uma videoconferência com a equipa de negociação taiwanesa, que se encontra nos Estados Unidos, William Lai Ching-te sublinhou que, face à política comercial do Presidente norte-americano, Donald Trump, Taiwan sempre insistiu em "aprofundar as relações económicas e comerciais bilaterais com benefícios e complementaridades mútuas".
"O Presidente encorajou a equipa de negociação a ter como missão central a defesa dos interesses nacionais e industriais, bem como a proteção da saúde pública e da segurança alimentar, a fim de obter condições tarifárias favoráveis para o país", indicou a porta-voz presidencial Karen Kuo, em comunicado.
O conteúdo da videoconferência, que contou com a presença dos principais líderes do Governo taiwanês, foi divulgado depois de Trump ter anunciado, na segunda-feira, que adiará de 09 de julho para 01 de agosto o fim da trégua tarifária concedida aos parceiros comerciais.
No entanto, o Presidente norte-americano enviou cartas a alguns dos parceiros, com as novas taxas, a menos que eliminem os seus impostos e barreiras comerciais, destacando o Japão e a Coreia do Sul, aos quais aplicaria taxas de 25%.
O Executivo taiwanês indicou hoje que não tinha recebido qualquer notificação por parte dos Estados Unidos e que a vice-primeira-ministra, Cheng Li-chiun, continua a negociar em nome de Taipé.
Após o anúncio das chamadas "tarifas recíprocas", que no caso de Taiwan ascendiam a 32%, Taipé propôs iniciar negociações comerciais com Washington com base na premissa de "tarifas zero", acelerar a aquisição de produtos norte-americanos, aumentar os investimentos nos EUA e "eliminar as barreiras comerciais não tarifárias".
Se a negociação falhar e os EUA impuserem impostos sobre os semicondutores - principal trunfo de exportação da ilha - ou reativarem as chamadas "tarifas recíprocas", o impacto sobre a economia taiwanesa seria significativo.
Taipé já admitiu que teria dificuldades em crescer acima de 3% este ano se esse cenário se concretizar.
Leia Também: Tarifas? Austrália quer ficar isenta: "Ato de autodestruição económica"