Oposição venezuelana confirma detenção de médico lusodescendente em Lara

A oposição venezuelana denunciou hoje que foi detido o médico radiologista e ex-dirigente associativo lusodescendente Manuel Enrique Ferreira, ex-chefe de campanha do opositor Comando Com a Venezuela.

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© Marcos del Mazo/LightRocket via Getty Images

Lusa
21/07/2025 21:49 ‧ há 7 horas por Lusa

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Fontes do partido Vente Venezuela, da opositora Maria Corina Machado, disseram à agência Lusa que o lusodescendente foi detido na tarde do sábado (19 de julho), em Barquisimeto, estado de Lara (270 quilómetros a oeste de Caracas), por indivíduos que não se identificaram, nem apresentaram uma ordem judicial, sendo ainda desconhecido para onde foi levado.

 

A detenção do médico lusodescendente ocorreu depois de a oposição venezuelana denunciar, no sábado, que vários cidadãos tinham sido presos pelas forças de segurança, nos dois dias anteriores, assegurando que alguns presos políticos estavam a ser utilizados pelo regime como "moeda de troca" em "negociações opacas".

A detenção do médico lusodescendente ocorreu depois de a oposição venezuelana denunciar, no sábado, que vários cidadãos tinham sido presos pelas forças de segurança nos dois dias anteriores e afirmar que os presos políticos estavam a ser utilizados pelo médico como "moeda de troca" em "negociações opacas".

"Nos dias 17 e 18 de julho, a Venezuela assistiu a acontecimentos profundamente alarmantes: vários cidadãos foram violentamente retirados das suas casas pelas forças de segurança do Estado, no âmbito de operações levadas a cabo em diferentes regiões do país. Tudo aponta para o facto de estas operações terem, mais uma vez, motivações políticas", escreveu, num comunicado, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), que reúne os principais partidos opositores venezuelanos.

No domingo, o Comando Com a Venezuela denunciou que "quase mil pessoas estão sequestradas" por motivos políticos na Venezuela e que "a repressão aumentou brutalmente".

"Nas últimas 72 horas, o regime prendeu mais de 12 pessoas em diferentes estados do país e efetuou várias transferências para prisões comuns desde o [cárcere de] El Helicoide", denunciou num comunicado.

Segundo a organização opositora, há um padrão repetido de uma "porta giratória" em que alguns presos políticos são libertados enquanto outros inocentes são presos, e isso, frisa, "não é mais do que uma ratificação da natureza criminosa do sistema".

"Esta dura realidade demonstra a urgência de se avançar para uma solução global e definitiva para o conflito na Venezuela (...). A nossa palavra de ordem hoje é a libertação definitiva dos quase mil presos políticos que ainda se encontram em cativeiro. Por eles e por todo um país refém, iremos até ao fim", concluiu.

A denúncia tem lugar depois de Caracas e Washington terem chegado a acordo, na sexta-feira, para libertar 252 venezuelanos que tinham sido deportados dos Estados Unidos (EUA) e que permaneciam detidos numa prisão de alta segurança em El Salvador, em troca de 10 norte-americanos detidos na Venezuela e da libertação de 80 presos políticos.

Segundo a imprensa venezuelana, o acordo entre Caracas e Washington previa a libertação de 80 presos políticos, dos quais quase 60 já saíram em liberdade.

No entanto, nas redes sociais, vários utilizadores denunciam que muitos dos detidos libertados não são conhecidos e que vários dirigentes opositores continuam em prisão.

Segundo a organização não-governamental Foro Penal (FP), em 04 de julho, estavam detidas na Venezuela 940 pessoas por motivos políticos, 844 homens e 96 mulheres, 771 civis e 169 militares.

Leia Também: Morreram 149 pessoas em prisões e esquadras na Venezuela em 2024

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