Sánchez sofre revés com chumbo do Parlamento espanhol ao plano energético

O primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez sofreu hoje um grande revés com os deputados a rejeitarem o seu pacote de medidas estruturais para prevenir o risco de uma grande falha energética, semelhante à de 28 de abril que paralisou a península ibérica.

Pedro Sánchez

© OSCAR DEL POZO/AFP via Getty Images

Lusa
22/07/2025 23:32 ‧ há 8 horas por Lusa

Mundo

Espanha

Esta derrota lança uma incerteza sobre o futuro deste plano governamental para reforçar o sistema elétrico espanhol. E ilustra também as dificuldades de Sánchez para governar, sem uma maioria absoluta no Parlamento, tornando a adoção das suas principais medidas muito difícil e causando uma situação próxima da imobilidade.

 

Uma maioria de 183 deputados, entre os quais os do Partido Popular (direita, o principal partido da oposição), do Vox (extrema-direita), assim como alguns eleitos do Podemos (esquerda radical), votaram contra o decreto-lei aprovado a 24 de junho pelo governo. O decreto apenas contou o apoio de 165 deputados.

Mesmo antes da votação em Madrid, Sánchez, que se encontrava em Montevideu, Uruguai, admitiu que tinha perdido esse voto crucial, mas também indicou que apresentaria novamente aquele plano. "E eu prevejo que será aprovado", acrescentou.

O decreto-lei rejeitado pelo Congresso dos Deputados constituía a resposta do governo de esquerda para garantir que a Espanha não sofreria uma repetição do caos de 28 de abril, quando o país foi totalmente privado de eletricidade por cerca de dez horas. A crise também afetou Portugal.

O objetivo era tornar o sistema elétrico "mais robusto e eficiente", explicou a Ministra da Transição Ecológica, Sara Aagesen, a 24 de junho.

O plano centrava-se no reforço da supervisão, da capacidade de controlo da tensão e das oscilações elétricas na rede, um fator "fundamental", segundo a ministra, assim como "o armazenamento, a flexibilidade e a eletrificação".

Entre as medidas contidas neste decreto-lei figurava uma ligeira aceleração dos prazos para a instalação de novos projetos eólicos e fotovoltaicos e incentivos para desenvolver o armazenamento nos locais de produção de energia renovável, nomeadamente através da instalação de "baterias".

"Aqueles que nos acusavam de obscurantismo e de não propor soluções que protejam o utilizador, o consumidor e, em última instância, o nosso país são os mesmos que fazem cair" este plano, comentou o Primeiro-Ministro espanhol em Montevideu, alguns minutos antes da votação. Numa alusão indireta ao PP, a maior força política do país, que anunciou em cima da hora que votaria contra o decreto-lei, enquanto uma abstenção teria permitido a sua adoção.

"Eles podiam ter-se abstido", afirmou Sánchez, como se a votação já tivesse ocorrido. "Não é preciso votar contra, abstém-se", para permitir o avanço de um plano "que beneficia as pessoas, o interesse geral", acrescentou, num tom amigável.

Mas o PP não cedeu. "Não aprovamos a política energética deste governo, não aprovamos este chamado plano anti falhas que não é nada mais do que uma tentativa [do governo] de encobrir os seus erros e apagar as suas culpas", disse, antes da votação o deputado do PP Guillermo Mariscal.

O PP, no entanto, tinha sido alvo de fortes pressões das empresas energéticas para que permitisse a adoção deste texto, mas não quis conceder uma vitória legislativa a Sánchez, com quem as relações são péssimas.

Segundo um relatório publicado a 17 de junho pelo governo espanhol, o apagão que ocorreu na Península Ibérica em abril passado foi provocada por "sobretensões" que resultaram "numa reação em cadeia". O relatório também apontava erros de avaliação do gestor da rede elétrica e de algumas empresas.

Leia Também: Sánchez pede conclusão do acordo entre UE e Mercosul em visita ao Uruguai

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