Lei da nacionalidade? Novas disposições causam "algum incómodo"

O presidente angolano, João Lourenço, considerou hoje que existe "algum incómodo" relativamente às novas disposições da lei da nacionalidade, aprovadas pelo Parlamento português.

Visita do PR de Moçambique a Angola

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Lusa
22/07/2025 21:13 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Angola

"De facto existe algum incómodo. O Brasil teve a coragem de manifestar já esse mesmo incómodo. Nós até aqui não dissemos nada, mas é evidente que estamos a seguir a evolução da situação com muita atenção", disse João Lourenço, numa entrevista à TVI/CNN Portugal.

 

João Lourenço reconheceu a soberania de Portugal em questões de imigração: "Você só recebe na sua casa quem você quer. Portugal mesmo é um país de cidadãos que emigram bastante e que não é de hoje".

"Portanto, os portugueses emigraram para todo o mundo e o mínimo que a gente exige é que Portugal não trate os imigrantes que escolheram Portugal como um destino para fazerem suas vidas de forma pior a que foram tratados nos países que os acolheram ao longo dos anos", salientou.

O Presidente angolano, que realiza, no final desta semana, uma visita oficial de três dias a Portugal, considerou que "não se deve fugir muito daquilo que é a prática internacional em termos de imigração".

"Se tivermos em conta que hoje são uns, amanhã são outros. Ou no passado foram outros. Portugal mesmo é um país de cidadãos que emigram bastante. E que não é de hoje. Portanto, o passado de Portugal está muito ligado à emigração para o mundo", acrescentou.

"Portanto, é este, assim muito genericamente, o apelo que nós fazemos a Portugal porque de uma forma geral, salvo raras exceções, todos os países têm imigrantes", frisou.

Questionado se vai abordar a questão da lei aprovada nos contactos institucionais que vai manter em Portugal, João Lourenço respondeu afirmativamente.

"Eu penso que sim. Nós temos, não apenas nós, Angola, temos imigrantes em Portugal, mas até na minha condição hoje de presidente em exercício da União Africana, tenho de alguma forma de falar pelos africanos de uma forma geral. E há bastantes africanos de diferentes nacionalidades que escolheram Portugal", salientou.

Igualmente questionado se esta questão pode fazer descambar a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o Presidente angolano disse ser obrigação dos Estados-membros da organização, "incluindo Portugal, tudo fazer para evitar que isso possa vir a acontecer".

"Portanto, vamos trabalhar todos em conjunto, incluindo Portugal, para não fazer descambar esse grande projeto de comunidade que é a CPLP", concluiu.

[Notícia atualizada às 22h38]

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