Nos últimos meses, realizaram-se importantes movimentos de contestação dos bombardeamentos israelitas à Faixa de Gaza, o que levou os seus participantes a serem acusados de 'antissemitismo' pelo governo de Donald Trump.
No início de maio, cerca de 80 pessoas ocuparam a biblioteca Butler da Columbia, em Nova Iorque, ação condenada pela presidência da universidade, que chamou imediatamente a polícia.
O chefe da diplomacia dos EUA, Marco Rubio, qualificou então os manifestantes como "bandidos pro-Hamas".
Cerca de um ano antes, a polícia nova-iorquina tinha desalojado estudantes pró-palestinianos barricados em um edifício da universidade, epicentro de um movimento de contestação que exigia às universidades que cortassem as relações com as empresas ligadas a Israel.
A comissão dos Assuntos Jurídicos de Columbia impôs as sanções a alguns dos seus estudantes, considerando o seu grau de envolvimento e o facto de terem já sido ou não sancionados, adiantou-se em um comunicado da instituição, divulgado na terça-feira.
"Qualquer perturbação das atividades universitárias constitui uma violação das políticas e do regulamento da universidade, que implicam necessariamente consequências", adiantou-se no mesmo texto.
A universidade não detalhou as medidas individuais, mas sublinhou que incluíam "suspensões de até três anos" e "expulsões".
Estas medidas formam anunciadas quando Trump acentua as pressões sobre as universidades, congelando, no caso de Colúmbia, centenas de milhões de dólares de subvenções federais.
No final de maio, a presidente de Columbia foi assobiada, durante uma cerimónia de entrega de diplomas, por estudantes que lhe criticavam a cedência às pressões do governo e de não ter impedido a detenção de Mahmoud Khalil.
Esta figura do movimento pró-palestiniano tinha sido detida em março, em uma residência da universidade, e colocado em um centro de detenção federal, no Estado da Luisiana. Khalil foi libertado, mas ainda arrisca a expulsão.
O comité de Columbia de apoio à campanha de boicote a Israel denunciou sanções "históricas" e acusou a presidente da universidade "colaboração" com o governo de Trump.
Detalhou ainda que os estudantes suspensos têm de apresentar desculpas para poderem regressar à universidade, sem as quais serão expulsos "de facto".
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