Epstein? Câmara alta dos EUA antecipa férias com republicanos divididos

Paralisação de um mês começará mais cedo do que o habitual, para dar "espaço" à Casa Branca para divulgar ela própria a informação sobre Epstein, justificou Mike Johnson.

Mike Johnson

© Alex Wong/Getty Images

Lusa
23/07/2025 07:04 ‧ há 8 horas por Lusa

Mundo

EUA

O presidente da Câmara de Representantes norte-americana, Mike Johnson, antecipou hoje a suspensão de trabalhos para férias de verão, enquanto congressistas do seu partido republicano tentavam forçar a divulgação de mais documentos sobre o caso Jeffrey Epstein.

 

Depois de a agenda legislativa semanal da câmara baixa do Congresso ter sido alterada pelos congressistas republicanos que apelam a uma votação, com apoio bipartidário, exigindo a divulgação de documentos, Johnson anunciou hoje em Washington que a paralisação de um mês começará mais cedo do que o habitual, para dar "espaço" à Casa Branca para divulgar ela própria a informação sobre Epstein.

"Não há qualquer propósito para o Congresso pressionar um governo a fazer algo que já está a fazer", disse Johnson na sua conferência de imprensa semanal, a última antes de os deputados deixarem Washington na quarta-feira para a tradicional paralisação de agosto.

Sob pressão de segmentos conspiracionistas da sua base política para divulgar mais informações sobre o caso Epstein, criminoso sexual com quem manteve relações próximas durante décadas, Trump negou o conhecimento ou o envolvimento nos crimes de Epstein e disse que terminou a amizade há anos.  

Trump evitou hoje na Casa Branca questões sobre a decisão do Departamento de Justiça de questionar a ex-namorada de Jeffrey Epstein, Ghislaine Maxwell, que foi condenada por ajudar o milionário a abusar sexualmente de raparigas menores de idade e cumpre agora uma longa pena de prisão.

Em vez disso, Trump aproveitou um novo relatório do seu diretor de informações, que lança dúvidas sobre conclusões há muito estabelecidas sobre a interferência de Moscovo nas eleições de 2016, para acusar o ex-presidente Barack Obama (2009-2017) de liderar uma conspiração para deslegitimar a sua vitória eleitoral.

O porta-voz de Obama, Patrick Rodenbush, reagiu classificando como "ridícula" a declaração de Trump.

"Estas alegações bizarras são ridículas e uma tentativa fraca de desviar as atenções", afirmou num comunicado.

Embora, "por respeito à Presidência", o gabinete de Obama "normalmente não dignifique com uma resposta o constante absurdo e a desinformação que fluem desta Casa Branca, estas alegações são suficientemente ultrajantes para justificar uma", adiantou.

O procurador-geral adjunto, Todd Blanche, afirmou hoje que, pela primeira vez, o Departamento de Justiça vai ouvir Ghislaine Maxwell.  

O anúncio surgiu quando a procuradora-geral, Pam Bondi, está a ser alvo de críticas dos apoiantes mais fervorosos de Trump, que lhe pedem para cumprir a promessa de divulgar todas as provas dos crimes do falecido empresário.

Blanche relatou que, seguindo as instruções de Bondi, contactou o advogado de Maxwell, que está a cumprir uma pena de 20 anos de prisão por colaborar com Epstein.

Numa declaração divulgada na rede social X, Blanche também avisou que se Maxwell "tiver informações sobre alguém que cometeu crimes contra vítimas, o FBI [agência federal de investigação] e o Departamento de Justiça ouvirão o que ela tem a dizer".

Pouco depois deste anúncio do Departamento de Justiça, Trump declarou que não tinha conhecimento da decisão, mas defendeu que se trata de uma "ação apropriada" neste momento.

A crise inesperada entre os membros do movimento MAGA ("Make America Great Again", "Tornar a América Grande de Novo") de Trump eclodiu depois de o FBI e o Departamento de Justiça terem concluído, na sequência de uma investigação, que o empresário afinal não tinha uma "lista de clientes famosos" para chantagear e confirmaram que a morte, em 2019, foi um suicídio.

Os apoiantes do Presidente manifestaram insatisfação com o Governo republicano, que tinha prometido durante a campanha eleitoral divulgar a lista de clientes, uma alegada agenda dos cúmplices de Epstein, que inclui celebridades e políticos influentes e tem sido o foco de várias teorias da conspiração de extrema-direita.

Trump - que recentemente defendeu o "grande trabalho" de Bondi - ordenou que o Departamento de Justiça divulgasse todas as "provas fiáveis" no caso, para apaziguar a base de apoio.

A polémica acentuou-se ainda mais, na semana passada, com a publicação, pelo The Wall Street Journal, de uma alegada "carta obscena" que Trump teria enviado a Epstein durante os anos em que foram amigos, cuja autoria o Presidente negou categoricamente.  

Horas antes desta declaração de Johnson, uma subcomissão (controlada pelos republicanos) do Comité de Supervisão da Câmara estava a avançar com uma resolução para intimar Ghislaine Maxwell para um depoimento, o que agora o Departamento de Justiça prometeu fazer.

Leia Também: Justiça dos EUA vai ouvir ex-assistente de Epstein, Ghislaine Maxwell

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas