"Os recentes atos de violência na Síria recordam a extrema fragilidade da transição. As populações civis devem ser protegidas", escreveu Emmanuel Macron na rede social X.
O chefe de Estado francês pediu um "diálogo sereno" a nível local para "permitir atingir o objetivo de unificação da Síria, respeitando os direitos de todos os cidadãos".
A Síria, governada pelas autoridades de transição do islamista Ahmad al-Sharaa, que tomou o poder depois de derrubar o regime de Bashar al-Assad em dezembro, tem sido palco de violências intercomunitárias, a última das quais entre drusos e beduínos sunitas.
Mais de 1.300 pessoas, na maioria drusos, morreram entre 13 e 20 de julho, na província de Sweida, no sul da Síria.
Um cessar-fogo entrou em vigor no passado domingo, saudado por Macron, que considerou tratar-se de um "sinal positivo", quando as relações entre as autoridades de transição e as diferentes minorias do país preocupam parte da comunidade internacional.
"Falei com o Presidente sírio sobre a necessidade urgente de encontrar uma solução política com os atores locais, num quadro nacional de governação e segurança", disse o chefe de Estado francês.
Na sexta-feira, Paris, Damasco e Washington acordaram a realização de uma nova ronda de negociações na capital francesa entre o governo sírio e a administração curda, para integrar os curdos no Estado sírio.
Mazloum Abdi, líder das Forças Democráticas da Síria (FDR), braço armado dos curdos, apoiado por Washington, e Al-Sharaa concluíram um acordo a 10 de março com vista à integração das instituições curdas no Estado sírio. Desde então, realizaram-se várias sessões de negociação, mas as conversações estagnaram.
"É essencial que as negociações entre as Forças Democráticas da Síria e as autoridades sírias progridam de boa-fé", insistiu Macron.
Segundo o Presidente francês, no sábado, os dois líderes discutiram também "as trocas com Israel", manifestando "apoio à cooperação para estabilizar a fronteira sírio-libanesa".
Al-Sharaa, que durante muitos anos dirigiu o grupo armado Hayat Tahrir al-Sham, formado a partir do antigo ramo da rede terrorista Al-Qaida na Síria, fez a primeira visita oficial a um país ocidental em Paris, em maio.
A visita suscitou críticas ferozes a Emmanuel Macron por parte da direita e da extrema-direita em França.
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